Autoconhecer, Medicina do Estilo de Vida, é um movimento que enxerga as intervenções no estilo de vida como forma de obtenção de saúde integral: corpo, mente e espiritualidade juntos, na construção de hábitos para viver de forma mais consciente.
Camila Capel
A Medicina do Estilo de Vida também conhecida como Lifestyle Medicine trata-se da ciência e aplicação de estilos de vida saudáveis como intervenções para a prevenção e tratamento de doenças relacionadas ao estilo de vida, tais como doenças cardíacas, diabetes, derrame, obesidade, algumas condições neurológicas e alguns tipos de câncer.
Mais que saúde
Essa Medicina Preventiva, que começa com hábitos desde a infância, é mais do que uma alternativa de saúde. Ela visa ser uma solução para um grande problema mundial:, o envelhecimento e adoecimento das pessoas e os custos que isso gera na economia de países como os Estados Unidos.
Portanto, a Medicina do Estilo de Vida torna-se a medicina do futuro, incorporando sabedorias milenares já conhecidas há milhares de anos, à pesquisas e estudos modernos que fomentam e chancelam a visão de que a saúde começa na infância e de que podemos ser protagonistas da nossa saúde. Assim, a saúde também é educação para crianças e adultos, visando hábitos e estilo de vida geradores de saúde integral.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum.”
Histórico da Medicina do
Estilo de Vida
Ela começa no fim da década de 90 com Estudos fundamentais: Nutrição; Atividade Física, Medicina Mente-Corpo. Em 1999, foi publicada a Enciclopédia de Medicina do Estilo de Vida, 1ª Edição por James Rippe.
Em 2004, foi fundado o Colégio Americano de Medicina do Estilo de Vida, e em 2005 foi lançado, na Harvard Medical School, o programa de Medicina de Estilo de Vida para Controle de Peso.
O American College of Lifestyle Medicine (ACLM) é a sociedade profissional médica para equipes de saúde (médicos, enfermeiros, profissionais de saúde aliados, estudantes e residentes) dedicada à prática baseada em evidências, clínicas e no local de trabalho da Medicina do Estilo de Vida, como a base de um sistema de cuidados de saúde transformado e sustentável. O número de membros aumentou 600% desde 2015, em 2020 somavam 4.200 membros.
O que é a Lifestyle Medicine?
A Lifestyle Medicine é uma organização educacional, de pesquisa e defesa sem fins lucrativos, dedicada a reduzir a prevalência de doenças relacionadas ao estilo de vida e mortalidade em nossa sociedade por meio de intervenções dirigidas por médicos com pacientes.
A Lifestyle Medicine Global Alliance representa a convergência de associações profissionais de Lifestyle Medicine de todo o mundo, unidas sob uma bandeira com o objetivo de colaboração, conhecimento compartilhado e melhores práticas, para manifestar a visão de um mundo sem doenças não transmissíveis.
Impactos:
Sustentabilidade
Incentivando alimentos à base de plantas (alimentação plant– based) para também reverter as mudanças climáticas. Um transporte mais ativo reduzirá o tráfego e as emissões de gases de efeito estufa. O ensino dessa medicina pode ser feito via “Live Stream” economizando em viagens e gerando impacto ambiental.
Opiáceos
Existem estudos sobre descobertas iniciais de diminuição do uso de opiáceos a partir de programas baseados na saúde integral. Foi em um desses programas que a Autoconhecer se baseou para criar seu modelo.
Crise de obesidade e diabetes
A Medicina do Estilo de Vida aborda as questões mais amplas do estilo de vida e coloca bastante atenção a este tema, que é um grande problema enfrentado pelos Estados Unidos encontra e motivo de maior adoencimento e custos para o governo com a saúde dessas pessoas.
Bournout
A Medicina do Eestilo de Vida possui diversos programas de prevenção doe Burnout, especialmente para a classe médica, onde o número de suicídios chega a 400/ano. Ela mostrou-se extremamente importante durante a pandemia de COVID, onde quando as taxas de Burnout forami 50% maiores entre médicos praticantes (e enfermeiras).
Conectar: mente, emoções e corpo físico, por meio de práticas, cuidados médicos e de saúde essenciais. Todos esses são canais de acesso para este vasto universo onde Autoconhecer-se é a porta de entrada.
Revistas:
Temas:
- Movimento (atividade física, exercício);
- Alimentos (dieta, nutrição, controle de peso, medicina culinária, Coaching de CHEF);
- Resiliência ao estresse;
- Sono;
- Felicidade;
- Prevenção de substâncias de risco.
Áreas:
- Psicologia, Abordagem de Coaching de Saúde e Bem-Estar, Alimentação;
- Médicos;
- Preparação de Alimentos (clínicos na cozinha);
- Meditação, Respostas de Relaxamento;
- Exercícios físicos;
- Autocuidado para sua saúde e felicidade – Prevenção e remediação de Burnout.
Acreditamos que as mudanças que desejamos alcançar em todas as áreas de nossa vida acontecem conforme ganhamos consciência sobre nós mesmos e, assim, também ampliamos nossa maneira de enxergar o mundo. Mais ainda, entendemos que o corpo físico é sustentado pela energia vital (prana ou ch’i). Portanto, se queremos o equilíbrio entre saúde física, mental e emocional, precisaremos aprender a cuidar, também, deste nosso corpo vital.
Autocuidado, Higiene do sono, Meditação, Mindfulness and Self Compassion, Yoga, Medicina Chinesa, Ayurveda, terapias integrativas. Baseando-se nos 6 pilares da Medicina do Estilo de Vida:
- Alimentação;
- Atividade física;
- Sono restaurador;
- Controle do estresse;
- Prevenção de substâncias de risco;
- Conexões sociais positivas.
Acreditamos em promover a saúde em vez de apenas combater a doença e seus sintomas, por isso esse processo é baseado na força dos hábitos e estilo de vida que integram corpo, mente e espírito. Nessa visão, as doenças começam no nível vital, ou seja, energético, e a doença manifestadas no nível físico é fruto de um processo que começa invisível, em especial, no âmbito das emoções geradas pelas relações humanas.
Este conceito é ancorado nos estudos científicos de Harvard Lifestyle Medicine e do Colégio Americano de Medicina de Estilo de Vida (American College of Lifestyle Medicine). Eles apontam que a construção de bons hábitos, relacionada a um estilo de vida saudável, deve começar ainda na infância, influenciando a qualidade de vida. O governo americano enxergou que cultivar bons hábitos nas crianças representa menores custos com a saúde destes indivíduos na vida adulta, já que a probabilidade de adoecimento diminui consideravelmente.
Esses conhecimentos vão de encontro à Epigenética, que nos diz que o ambiente é capaz de alterar a expressão gênica, podendo, inclusive, influenciar na manifestação de doenças genéticas; isto é, podemos influenciar, inclusive, nossos genes – algo que, até então, era inimaginável. Vemos como o ser humano está ganhando cada vez mais protagonismo e, consequentemente, responsabilidade sobre seu estado de saúde.
Nesse sentindo, as doenças representam um processo que começa no nível do corpo vital; na tentativa de manter o equilíbrio, o corpo despende enorme energia vital, quando não o reestabelece, começam a precipitar sintomas no corpo físico.
Estamos sempre tocando e sendo tocados; somos este microcosmo dentro do macrocosmo, em relação constante com cada esfera. Autoconhecer é ganhar a consciência de cada uma delas, e, com isso, da nossa dimensão humana e espiritual.
Energia Vital: mas que energia é essa?
Para a medicina chinesa, ao nascermos, recebemos de nosso pai e de nossa mãe uma poupança vital, nosso Ch’i pré- natal (Jing), uma reserva energética única para usarmos ao longo de todos os setênios de nossa vida terrena até o dia de nossa morte física, quando esta, finalmente, acaba. Nos três primeiros setênios ( infância e juventude), ela está em seu máximo vigor. Aos 21 anos, ela se estabiliza e, por volta do sétimo setênio ela começa a cair. Portanto, essa curva de energia vital obedece a uma parábola.
Não podemos repor a energia recebida, mas podemos incrementá-la gerando Ch’i pós-Natal. Fazemos isso através de um tripé: energia do céu, energia da terra e Ch’i, que são representados pelo ar que inalamos, pelo alimento que ingerimos e pelas conexões neurais que levam às nossas ações.
Além do jogo de perda e ganho, nosso corpo ainda se adapta às mudanças e desequilíbrios físicos, emocionais e às exposições geradas pelo EXPOSOME (termo em inglês para se referir ao conceito usado para descrever as exposições ambientais que um indivíduo encontra ao longo da vida, desde a concepção até a morte. Abrange fatores externos e internos, incluindo fatores químicos, físicos, biológicos e sociais que podem influenciar a saúde humana).
Mas há uma sabedoria por trás dessa, aparente, injustiça que nos leva a perder vida. Esse desprendimento de forças vitais deve acontecer para que o ser humano ganhe consciência sobre si mesmo, ou seja, torne-se AUTOCONSCIENTE. As forças que regem a consciência utilizam nossa força vital para nos tornarmos cada vez mais espiritualizados. Como resultado dessa equação, ganhamos amadurecimento e sabedoria, e formamos uma parábola inversa.
Quando falamos em corpo vital, também estamos falando da nossa memória. Dessa forma, quando passamos qualquer tipo de processo terapêutico, no qual acessamos nossa memória autobiográfica, estamos trazendo organização para a mente e, consequentemente, organizando nosso âmbito vital. É por isso que o autoconhecimento pode ser considerado um processo de saúde mental, emocional e física.
O Autoconhecer se apropriou desses conceitos e os uniu a outros saberes para idealizar um modelo de saúde integral que engloba corpo, mente e espírito. Responsável por executar a cerimônia da vida, o corpo colhe a todo instante as informações do ambiente e ativa as emoções, influenciando não apenas no estado mental, como, também, na fisiologia do corpo físico.
Por sua vez, esses estados mentais influenciam no tipo de percepção que teremos do nosso meio, retroalimentando um ciclo que pode ser vicioso ou virtuoso. Além disso, somos influenciados pelo tipo de cuidados médicos ou terapêuticos que recebemos.
Os ambientes físico, emocional, social e cultural também moldam a forma como nos relacionamos com o mundo. Da mesma forma que eventos como mudanças climáticas, estações do ano, fases da lua e outros relacionados ao ciclo planetário, também nos influenciam. Para além desta esfera, somos rastro de algo ainda mais grandioso do que nossa consciência humana pode abarcar.
Estamos sempre tocando e sendo tocados. Somos este microcosmo dentro do macrocosmo, numa relação constante com cada esfera. Autoconhecer é ganhar a consciência de cada uma delas e, com isso, da nossa dimensão humana e espiritual.
Facilito processos de autodesenvolvimento e sou criadora de experiências que promovam consciência, saúde integral e autoconhecimento, de acordo com os modelos Autoconhecer, Medicina do Estilo de Vida e Parentalidade Essencial.
Assim estava escrito na entrada do templo de Delfos. O ser humano já sabia, desde tempos antigos, a importância de mergulhar profundamente em si, Autoconhecer-se… conhecer a si mesmo. Podemos fazer isso de duas formas, começando pelos cuidados do corpo em direção à consciência ou, também, partindo da consciência e, assim, igualmente, chegar no corpo, trazendo saúde.
Primeiramente, é preciso explicar que todos nós temos consciência. Quando falo em promover consciência, na verdade, refiro-me a atingir determinados níveis de consciência, nos quais o resultado desejado seria a autoconsciência, isto é, quando conhecemos a nós mesmos.
Vejo o ser humano transitando esses níveis nas diferentes áreas da vida. Assim, tendemos a viver em níveis de maior ou menor consciência de nós mesmos de acordo com a dificuldade em determinadas áreas de nossa roda da vida. Em cada um deles, há uma pergunta que pode nos ajudar a ampliar a visão:
- Nível Vital – Como eu me sinto?
- Nível Astral – Por que gosto (ou não gosto) disso?
- Nível Eu – Para que faço isso?
Nesse sentido, meu trabalho é sempre levar adultos ao nível do Eu.
Crio experiências para a construção de conhecimento e autoconhecimento, para que cada indivíduo possa ganhar consciência sobre si mesmo e suas escolhas até ali. Antes dessa consciência, somos apenas levados pelas circunstâncias e direcionamos nossas atitudes de acordo com padrões inconscientes e mindsets aprendidos desde a infância, quando, de fato, não tínhamos consciência. O problema é que, sem autoconhecimento, continuamos com a mente da criança atuante e fazendo escolhas por nós.
A partir de perguntas reflexivas e circulares sobre a biografia do indivíduo, lanço mão de artifícios como, constelação familiar, empresarial, práticas meditativas, Mindfulness and Compassion, Psych-k, Neurolinguística, Experiência Somática e pinturas, para acessar as emoções primordiais vividas no início da vida. O objetivo é a observação fenomenológica, sem julgamentos, em busca da essência de sentimentos e pensamentos que nos atravessam no dia a dia e funcionam como gatilhos emocionais. O meu olhar está na emoção, que é um impulso elétrico gerado no cérebro. Dessa forma, a neurociência também está presente em meus processos, mas sempre incluindo o corpo como meio para nos comunicarmos com as informações vividas na infância e juventude. É o corpo que diz o que quer nos contar a cada encontro.
É um processo de profundo respeito ao ser humano e ao seu processo de desenvolvimento. Em todos os processos, Constelações Sistêmicas, Antroposofia, Neurociência e Medicina Chinesa são fios condutores que me ajudam a trilhar, de forma segura, o campo de informação que se abre a cada encontro.
Dessa troca profunda entre dois seres (eu e o cliente), naturalmente, saem as respostas sobre as questões existenciais que habitam em nós. Essa magia que acontece chama-se consciência.
“Conhecendo o mundo, o ser humano conhece a si próprio, e conhecendo a si próprio, o mundo lhe é revelado”
Rudolf Steiner