Multiplicadora do Achtsamkeit

Considero trabalho tudo aquilo que colocamos a serviço do mundo, de maneira remunerada ou não. Acredito que o dinheiro seja uma das formas de remuneração, mas não a única. Penso que podemos levar conceitos construtivos onde passamos e podemos usar nossa vida como inspiração. Nesse momento, descobri a palavra Achtsamkeit, que traduz um pouco desse meu universo.

Como a maioria das palavras em alemão, ela abrange muito mais que uma tradução direta, refere-se a um conceito. Nos últimos tempos palavra a Achtsamkeit  tem ganhado um novo significado, que nasce de uma trend nos países europeus, onde a geração mais jovem cada vez mais percebe que investir toda a sua energia e tempo na carreira pode trazer uma conta cara, na qual as desvantagens para a saúde corporal e mental podem ser maiores que as vantagens financeiras e de posição social.

Achtsamkeit, pode ser entendido como estar atento ou como um comportamento de prestar atenção. Uma atitude interna de prontidão para perceber tudo aquilo com o que se depara. É uma percepção diferenciada do estado de consciência. É o cuidado das próprias necessidades e, consequentemente, das necessidades do outro.

Neste sentido, Achtsamkeit pode ter o sentido mais amplo, de olhar e cuidar de si mesmo, investir tempo, dinheiro e energia para se conectar e buscar seu autoconhecimento. Tudo isso pode contar com ajuda de terapias, práticas de autoconhecimento, yoga, meditação, mindfulness… todas estas são práticas que auxiliam no caminho. Mas o essencial reside em querer se conhecer e, consequentemente, ouvir suas necessidades. Aqui mora a chave que abre a porta para um mundo de descobertas, descobrir a si mesmo. Somente nesse espaço pode acontecer o auto comprometimento capaz de acionar a disciplina necessária para se desenvolver.

Achtsamkeit/8samkeitt, na tradução literal significa atenção plena, uma das premissas da meditação e mindfulness and compassion. Portanto, multiplico a ideia de  estar em estado de presença àquilo que simplesmente é, de momento a momento; sem a tristeza que nos desloca para o passado, nem para a ansiedade que nos coloca no futuro. Incentivo à suspender, temporariamente, nossos estados mentais que, constantemente, levam- nos à interpretações, juízo de valor, opiniões e imagens conceituais. A prática constante de levar a mente a este estado gera compreensão e equilíbrio para início do caminho que os budistas chamam de caminho óctuplo.

Achtsamkeit/8samkeit é um novo olhar para a vida; uma nova maneira de vivenciar todas as experiências que a vida nos apresenta. É observar o fenômeno e apreender o essencial

Isso só acontece ao nos desprendermos do julgamento de bom ou ruim, bem ou mal, no limite, tudo é apenas mais uma experiência, como outra qualquer. O desafio não é lidar com a experiência em si, mas sim, com o que faremos com ela dentro de nós. O sofrimento existe, mas a continuidade dele depende do nosso olhar. 

Pegando carona com Goethe e seu pensamento científico, que divergia do pensamento de sua época, ele não queria entender o ser humano a partir de seus fragmentos. Goethe falava do olho, por exemplo, a partir do que o olho vê, portanto, não separado do observador, como a ciência sempre fez, colocando órgãos isolados no laboratório. Goethe percebia que ao fragmentar, perdia-se o elemento que preenchia o objeto de sentido. No caso dos olhos, citado no exemplo, o sentido é dado pelo homem enquanto enxerga.

Esta é a base do olhar fenomenológico proposto por Goethe e que uso em meus processos de terapia e facilitação. Goethe começou com as plantas e Rudolf Steiner expandiu esse olhar para o ser humano através da Antroposofia. Ao observarmos o ser humano, atendo-nos ao fenômeno puro e abandonando qualquer juízo de valor, chegamos à sua essência e podemos nos relacionar com ele de forma mais genuína, livres do julgamento. Incrivelmente, nota-se que esse tipo de olhar, chamado de olhar fenomenológico, tem o poder de transformar o objeto observado e, a partir desta premissa, podemos estabelecer um novo tipo de relação como seres humanos que habitam o mesmo planeta. Se este objetivo for alcançado estaremos cumprindo também uma exigência fundamental daquilo que entende-se por atitude científica: a capacidade de renovar a qualidade do olhar para o mundo observável pelos órgãos dos sentidos. 

O Caminho
Vinyasana Krama

Do sânscrito, significa o caminho correto, que vem da direção correta. Este princípio norteia as ideias que queremos disseminar através do 8semkeit.

No passado, para buscar seu desenvolvimento, alguns homens eram escolhidos para trilhar a senda espiritual e descobrir as verdades, chamadas ocultas; eles percorriam um caminho esotérico e lhe eram reveladas determinadas verdades sobre o mundo espiritual. Isso era chamado de caminho iniciático. Ativamos o elemento da Vontade (com V maiúsculo) como força condutora no nosso “vir a ser”. E será através do nosso próprio pensar que viveremos essa espiritualidade. É um caminho individual e sou eu que precisarei me colocar nesse caminhar. Mas assim como naquela época o caminho iniciático exigia algumas condutas por parte de quem o seguia, hoje em dia ainda precisamos seguir um caminho e ele contém: DISCIPLINA, ESTUDO E CONSCIÊNCIA. É por meios desses elementos que usaremos nosso pensar, em conjunto com nosso sentir e poderemos agir no mundo de forma espiritual, nesse momento estaremos, de forma consciente, trazendo as verdades do céu para a Terra. A disciplina e estudo estavam presentes desde o início da humanidade, quando o homem ainda podia intuir o mundo espiritual. Para isso ele usava disciplinas e estudos que lhe ajudam a conhecer o mundo espiritual. Algumas são conhecidas por nós até hoje e podem ser uma boa base para um caminho de conduta correta nessa senda de autoconhecimento que o caminho da consciência nos exige.

Camila Capel

Ashtanga

O 8 está presente no sistema do yoga organizado por Patanjali.  Os 8 elementos do sistema de práticas são chamados ashtanga- ashta, oito e anga, partes. Os oito elementos são:

  1. Yamas (ética relacional);
  2. Nyamas (ética íntima);
  3. Asanas (posturas);
  4. Pranayamas (respiração);
  5. Pratyahara (orientação dos sentidos);
  6. Dharana (concentração);
  7. Dhyana (meditação) ;
  8. Samadhi (comunhão).

Em especial, osYamas e Nyamas, formam um conjunto de valores que são como um oráculo para levar a vida de forma integrada com princípios éticos, morais e em harmonia com as esferas que nos compõem, física e espiritual. A disseminação dos Yamas e Nyamas são a fonte de grande parte do que chegou até nós sobre o Yoga clássico. Seu estudo adequa-se tão perfeitamente as demandas da nossa vida, que pode tornar-se um instrumento de conhecimento profundo de si mesmo. Yamas e nyamas devem reger a vida de um praticante em seu cotidiano, até que se torne natural. As posturas do Yoga ganharam fama, no entanto, yamas e nyamas são os primeiros passos, valores éticos fundamentais para orientar o iogue. Neste sentido, yamas e nyamas são uma fonte de orientação pessoal que nos guia em nossa busca espiritual, eles nos direcionam para canalizar energia na colaboração positiva, no impacto as pessoas ao nosso redor e, consequentemente no mundo. Para ajudar em meu estudo, escolhi A ética do yoga, de Débora Adele, que soube conectar muito bem os conhecimentos milenares à vida moderna, trazendo uma clareza que nos serve de guia para a vida.

Os 10 princípios contidos nos yamas e nyamas proporcionam uma orientação prática para o dia a dia. Vivemos uma vida de contradições e agitação, tentando adequar inúmeros sonhos à nossa realidade, mas esta parece não colaborar com suas realizações. Tentamos ser pessoas melhores a cada dia, mas parece que algo sempre nos escapa e, rapidamente, nos vemos repetindo padrões que, verdadeiramente, gostaríamos de ver transformados em nós. A habilidade de escolher nossos comportamentos é a proposta deste estudo. Esta capacidade nos leva a felicidade, não aquela passageira, mas aquela que vem da alma, um estado de espírito que não passa diante de um problema ou de uma situação triste. É uma conquista permanente.

Yamas e nyamas são como instruções, disciplinas éticas e princípios, uma sabedoria que podemos levar como 10 pedras preciosas para ajudar nessa jornada.

Yamas, palavra em sânscrito que pode ser traduzida como “restrição”, são eles: não violência, a verdade, não roubar, moderação e não apropriação. E os nyamas, as “observâncias”, que são : pureza, contentamento, autodisciplina, estudo de si mesmo e entrega.

Hymsa – Não violência

Serve de fundamento para os outros princípios. Uma atitude de se relacionar corretamente com os outros e com o nosso eu, sem abnegação ou exaltação. Este princípio refere-se então, a fazermos o que desejamos fazer sem prejudicar os outros ou nós mesmos, portanto nos possibilita vivermos juntos em uma sociedade.

Satya – Verdade

Está relacionado com o primeiro princípio, o da não violência. A não violência impede a verdade de ser uma arma, e quando há conflito entre elas, a verdade se rende a não violência.

Asteya – Não roubar

Este princípio orienta as nossas tentativas e tendência de buscar a satisfação em nosso exterior; é comum buscarmos algo fora; quando há uma insatisfação interior. Desta forma, roubamos a nossa própria oportunidade de nos desenvolvermos.

Brahmacharya – Moderação

Seu significado literal é “caminhar com Deus”, por isso muitos confundem este princípio com abstinência e celibato. Traz a vivência do sagrado em todas as nossas ações e uma atenção a cada momento. Este estado nos leva a uma sensação de santidade, não no sentido religioso; é a capacidade de deixarmos o excesso para trás e vivermos o suficiente.

Aparigraha – Não possessividade/não apropriação

Lembra-nos que o aprisionamento a pessoas e objetos materiais é um fardo, que faz de nossa vida uma experiência pesada. Quando praticamos o desapego, caminhamos rumo à liberdade.

Quando convivemos bem com essas 5 primeiras pedras preciosas há mais tempo espaço em nossas vidas e os dias se tornam mais fáceis e leves, os relacionamentos mais tranquilos, diminuímos a necessidade de possuir coisas e aprendemos a nos divertir mais, o trabalho torna-se ofício sagrado. O estudo dos yamas e nyamas nos coloca em contato com domínio mais sutil, um lugar de repouso interior, um shabat interno.

Saucha – Pureza

Um convite para limpeza das nossas ações, comportamentos e corpos. Ela nos orienta a nos comportarmos melhor, para nos tornarmos mais disponíveis para as qualidades da vida que buscamos. Um convite para a purificação da maneira como nos relacionamos com aquilo que é importante no momento presente. Trata-se da qualidade de nos alinharmos com os outros, com nossas tarefas e com nós mesmos.

Santosha – Contentamento

É uma jóia que não pode ser buscada. Tudo o que fazemos para nos sentirmos realizados interfere em nossa satisfação, em nosso bem-estar. O contentamento só pode ser encontrado por meio da aceitação, e apreço pelas coisas como elas são. Quando aprendemos a não interferir mais, o contentamento se torna disponível.

Tapas – Autodisciplina

Significa” Exaltação”, mas pode ser traduzido como purificação do espírito ou austeridade. É a mudança, ou aquilo que nos faz mudar. Este princípio é um convite para buscarmos refinamento do nosso caráter.

Svadhyaya – O estudo de si mesmo

É a busca por autoconhecimento, avaliar as nossas vontades, nossas crenças e tudo que molda nossa personalidade. Estas são as verdadeiras causas por trás da vida que estamos vivendo. É analisar a história que contamos sobre nós mesmos, e se dar conta do quanto essas histórias influenciam a realidade da nossa vida atual. É um convite para nos livrarmos da percepção falsa e limitadora e conhecermos a verdade do nosso eu.

Ishvara Pranidhana – A entrega

É um lembrete da vida, dizendo que sabe o que fazer. Com envolvimento e devoção, podemos receber cada momento com confiança. A entrega é o convite para acompanharmos a corrente da vida, e apreciarmos as paisagens contidas neste trajeto.

Meditação

Caminho Octuplo

Este 8 também representa um caminho, que no budismo, refere-se ao Nobre Caminho Óctuplo que corresponde:

  1. Compreensão correta;
  2. Pensamento correto;
  3. Fala correta;
  4. Ação correta;
  5. Meio de vida correto;
  6. Esforço correto;
  7. Atenção correta;
  8. Concentração correta.

Inspirações presentes
no 8Samkeit

Aquarelas

As aquarelas estão presentes em minha vida pela sua fluidez, suavidade, pelo traço indefinido que remete à flexibilidade. Aquarela nos remete a arte e estética, é a arte democrática, acessível ao artista, mas também, à criança na pré escola. 

Cada mancha carrega uma intensidade, uma forma, e o conjunto delas forma a harmonia do todo. A aquarela é mais um elemento que remete ao ser humano, com sua imperfeição e singularidade.

Goethe

Goethe transita constantemente do mundo mágico do poeta ao mundo lógico do pensador.

Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832), foi um dos escritores mais importantes da literatura alemã, autor de obras como Fausto. Goethe foi contra a corrente científica inaugurada no Renascimento e da qual todos ainda somos herdeiros e seguimos a tradição. Desafiou a visão de Newton, e talvez por isso, sua atuação na ciência ficou renegada. Mas Goethe era mais que um poeta, desenvolveu trabalhos no âmbito da botânica, mineralogia e meteorologia. Sua observação dos fenômenos é acurada e rigorosa, sua linguagem poética.

Ele trilhou outros caminhos; não seguiu a tendência dominante do materialismo científico. Propôs outra direção, outra postura científica. Sua Teoria das Cores não se ocupa da quantificação, e seu enfoque fenomenológico prioriza o elemento qualitativo. Embora sua teoria não se construa sobre alicerces matemáticos, nem por isso deixa de possuir um rigor de observação dos fenômenos e de conexões lógicas. A sua Teoria das Cores (Farbenlehre), foi publicada em 1810, mas ficou abafada por sua belíssima e mundialmente difundida obra literária.

Em termos gerais ela  abrange três aspectos:

histórico, onde ele faz um  inventário das ideias sobre as cores desde a antiguidade; 

polêmico, é uma crítica contundente, embora fundamentada e plenamente justificada, a Newton;

3º didático, expõe os fundamentos de sua pesquisa e desenvolve extensamente suas ideias, experimentos e vivências com as cores.

O círculo de Goethe é minha inspiração de cor. Goethe, um pesquisador da natureza que a olhava de forma artística e, ao mesmo tempo, tinha um espírito matemático.  Seu trabalho foi desenvolvido e processado em trabalhos práticos voltados para o design e a arquitetura dentro da Bauhaus, com Itten, Paul Klee, Kandinsky e Albers.


Como poeta, a arte o encantava, mas sua diferença era não se ater a beleza que o mundo dos órgãos dos sentidos lhe proporciona, mas aspirava com ânsia determinada, alcançar as profundezas do fenômeno estético e descobrir o segredo do seu encantamento, a lei interna, necessária e lógica do seu produzir, e que o torna mágico no seu aparecer. 

A estrutura da Teoria das cores é dividida em:

I – Cores fisiológicas: os fenômenos de cores que se relacionam à interioridade de cada indivíduo. São as cores produzidas exclusivamente por condicionantes fisiológicos, internos no ser humano. Pertencem ao subjetivo e têm uma existência fugaz.

II – Cores físicas: nesta parte, ele trata das cores atmosféricas, do céu, do arco-íris, dos fenômenos prismáticos etc. Trata das cores e dos fenômenos cromáticos que têm uma existência mais duradoura; como se apresentam, como surgem e como se organizam. Esclarece o arqui fenômeno e chega à idéia do seu círculo de cores.

III – Cores químicas: aqui, a ênfase é dada ao aspecto químico, ou seja, à cor como característica do material, como parte da estrutura interna, a cor que está aderida à matéria.

IV – Perspectiva geral das relações internas: aqui, ele demonstra o processo de formação e inter relacionamento das cores. Seu surgimento, energia e determinação. Misturas e intensificação. Totalidade e harmonia do fenômeno cromático. Metamorfoses da cor.

V – Afinidades da Teoria das Cores com outras disciplinas: Goethe revela aqui, suas expectativas relacionadas à contribuição que sua teoria poderia trazer para diversos campos das atividades profissionais e do conhecimento humano: arte, filosofia, matemática, tingimento de tecidos, fisiologia e patologia, biologia, física e música.

VI – Efeito sensível-moral das cores: Goethe indica o caráter objetivo de cada cor e sua atuação na alma humana. As cores têm caráter próprio, cada cor tem uma atuação característica sobre o psiquismo humano: elas nos causam estados anímicos específicos e provocam, em diferentes indivíduos, sensações, reações e comportamentos similares. Ele antevê questões que só seriam consideradas muito tempo depois pela psicologia das cores, e teriam uma aplicabilidade estabelecida no campo das artes, da comunicação visual, do design, da arquitetura e da propaganda. As tentativas feitas pela cromoterapia também lhe devem muito. Goethe foi o primeiro pesquisador das cores a estudar seus “efeitos sensíveis-morais” e deixar sistematizado os resultados de suas investigações.

Goethe realiza experimentos prismáticos e sobre o raio de luz, estes dois combinados, complementam o espectro newtoniano, e ele então distingue seis cores que compõem duas tríades de cores fundamentais: vermelho, verde e violeta (o RGB – red, green, blue -, usado desde as primeiras telas de TV e que hoje utilizamos nos programas gráficos de computador), e azul, púrpura e amarelo (o CMY – cyan, magenta, yellow -, dos processos de impressão). Com elas, forma seu círculo de cores, absolutamente coerente com seus experimentos, e ainda mais, com uma clareza didática e simplicidade impressionantes.

A escolha de Goethe para ilustrar as nossas cores tem como inspiração a sua postura científica. Seu modo de aproximar-se dos fenômenos é singular. Ele, ao defrontar-se com os fenômenos naturais para estudá-los, procurava deixar de lado pressuposições e pré-julgamentos, para com auto isenção, aproximar-se do fenômeno. Deixar-se valer plenamente à percepção sensorial, e do seu pensar, assim ele buscava encontrar a explicação para a experiência observada.

“…as cores surgem onde se estabelece o contraste entre claro e escuro, entre luz e trevas. “

Goethe

Também nos inspira seu olhar fenomenológico com as plantas, na botânica, que expandiu-se para o ser humano, através da Antroposofia. Ao observarmos o ser humano, atendo-nos ao fenômeno puro e, abandonando qualquer juízo de valor, chegamos à sua essência e podemos nos relacionar de forma mais genuína, livres do julgamento. Como podemos aprender com Goethe, nosso olhar tem o poder de transformar o objeto observado, esta visão nos possibilita estabelecer um novo tipo de relação como seres humanos que habitam o mesmo planeta.

Mas, principalmente, sua ousadia, de acreditar e seguir aquilo que acreditava ser verdade, mesmo desafiando a corrente que o levava a não acreditar em que seus próprios olhos enxergavam

Mas talvez a característica mais inspiradora de Goethe seja sua ousadia de acreditar e seguir aquilo que enxergava ser verdade, mesmo desafiando a corrente que o levava a não acreditar em que seus próprios olhos enxergavam.

A moderna Física não conhece a “Luz” no sentido goetheano. Tampouco conhece a Escuridão. A doutrina de cores de Goethe movimenta-se em um domínio que não é tocado pelas determinações conceituais dos físicos. A Física não conhece os conceitos básicos da doutrina das cores de Goethe. E não pode, absolutamente, emitir um julgamento para esta teoria. Pois Goethe começa lá, onde a Física acaba.

Rudolf steiner

Referencia bibliográfica: POSSEBON, Ennio é arquiteto, designer e professor na graduação e pós-graduação nos cursos de Design de Interiores, Arquitetura e Moda da FMU/FIAMFAAM. Doutor pela FAUUSP com a tese A Teoria das cores de Goethe hoje e tradutor e prefaciador do livro “Contribuições para a Óptica” de Goethe (Antroposófica, 2011). Foi professor de Perspectiva na ECAUSP, Desenho na UNIBAN e Arte, Geometria, História da Arte e Astronomia na Escola Waldorf S. Paulo. 

Mas afinal, como se fala achtsamketit?

Parafraseando Winnie the Pooh, quando perguntado sobre como soletrar certa emoção: “Você não soletra, você sente”

Como viver 8Samkeit?

  • Move your body – Faça alguma atitividade que alongue e exercite musculaturas profundas.

  • Aprenda a meditar e pratique 5 a 30 minutos por dia.

  • Observe uma criança por 5 minutos e aprenda.

  • Quando não souber para onde ir, não faça nada.

  • Aprenda a doma seu “cavalo”

  • Desmarque um compromisso inadiável para fazer algo gostoso, e lide com a culpa.

  • Entre em estado de coerência cardíaca 3´ ao dia.

  • Compre flores no mercado e coloque-as em casa.

  • Esteja em um lugar lindo, sozinho ou acompanhado, e guarde em segredo.

  • Traga a natureza para perto.

  • Contemple e cultive o fogo.

  • Tenha um caderno de gratidão.

  • Escrevo sobre suas emoções, a escrita organiza as ideias, escreva a lápis.

  • Escolha um dia off na semana, 24 horas sem celular.

  • Perfurme seu ambiente.

  • Tenha uma garrafa de chá quentinho em casa, mesmo no verão, e beba ao longo do dia.

  • Leia uma página de livro por dia.

  • Faça uma pausa ao longo do dia, onde quer que esteja e apenas respire.

  • Desafie-se a aprender algo completamente novo, e quando aprendê-lo, procure por outro.

  • Beba água em temperatura ambiente ou morna, tenha uma garrafa e alarmes.

  • Coma um pão ou bolo quentinho com café no meio da tarde.

  • Pratique alguma aula em grupo.

  • Exercite-se.

  • Passe um café de coador só para você.

3 dicas de ouro nesse
modo de viver

Pessoa olhando para o universo

Todas as noites, faça a retrospectiva do seu dia e colha as “pedras preciosas” e entregue-se ao mundo espiritual.

Pessoa agradecendo

Todos os dias, assim que abrir os olhos, diga “obrigado” em voz alta e, ao se levantar, abra sua janela, estenda os braços, inspire e expire com vigor e dê um bom dia a você mesmo.

Pessoa silenciando a mente

Freie o primeiro impulso de falar o que vier em mente. Aprenda a cuidar de suas palavras e perceber de onde vem a necessidade de falar algo.

Referencia bibliográfica: POSSEBON, Ennio é arquiteto, designer e professor na graduação e pós-graduação nos cursos de Design de Interiores, Arquitetura e Moda da FMU/FIAMFAAM. Doutor pela FAUUSP com a tese A Teoria das cores de Goethe hoje e tradutor e prefaciador do livro “Contribuições para a Óptica” de Goethe (Antroposófica, 2011). Foi professor de Perspectiva na ECAUSP, Desenho na UNIBAN e Arte, Geometria, História da Arte e Astronomia na Escola Waldorf S. Paulo.