Acredito na existência de uma consciência criadora onisciente, onipresente, onipotente. Podemos chamá-la de consciência Una, Universal, Divina ou, simplesmente, Deus. Ela cria, a partir dela mesma, todas as coisas do universo, inclusive nossa própria consciência individual. Aliás, percebemos que este é um movimento geral, as pessoas estão, cada vez mais, buscando uma visão não dual entre espiritualidade e materialidade. Se pensarmos bem, esse não é um pensamento novo, as tradições orientais já tinham esse conhecimento.
Para o hinduísmo, essa consciência universal é Brahman e se manifesta em Atman, o espírito individual, que é um reflexo dessa consciência Universal. O Vedanta (ou Uttara Mimamsa), que significa “a meta de todo o conhecimento”, é uma tradição espiritual explicada nos Upanishads (escrituras religiosas hindus) que se preocupa principalmente com o conhecimento, por meio do qual se pode compreender qual a real natureza da realidade, baseando-se em leis espirituais imutáveis que são comuns às tradições religiosas e espirituais ao redor do mundo. Nessa linha de raciocínio, a própria teoria do Big Bang e a manifestação do nosso universo também seriam manifestações materiais dessa consciência.
A consciência universal é imaterial, ou seja, não tem manifestação física, mas por ser a força que cria todo o universo, também é criadora do ser humano, com seu cérebro, que podemos entender como um hardware, e a mente, o software, capaz de produzir manifestações materiais. Assim, vivemos neste mundo de realidade material, ou seja, um mundo perceptível aos nossos órgãos sensoriais conhecidos (visão, olfato, tato, audição, paladar) e a eles incluo os sentidos estudados pela Antroposofia: sentido vital, sentido do movimento (propriocepção), sentido do equilíbrio, sentido da temperatura, sentido do som, sentido da linguagem, sentido do pensamento e sentido do Eu. Nossa dificuldade para entender esses conceitos é que, para isso, apelamos para a lógica, para o pensamento racional e este pensamento está pautado na sentença: “Acredite apenas naquilo que seus olhos veem”, ou seja, fomos condicionados a acreditar apenas no que podemos sentir, tocar, olhar, ou seja, apreender algo dentro do nosso cérebro, por meio de um dos sentidos.
Autoconsciência
“Conhece-te a ti mesmo.”
Sócrates
Frase atribuída a Sócrates na entrada do templo de Delfos, do Deus Apolo (Deus Sol), localizado na cidade de Delfos, que significa ventre, e que hoje já não existe, mas ficava na região central da Grécia, há cerca de 2.500 anos. O oráculo de Delfos foi uma das mais influentes e poderosas instituições do mundo grego antigo. Ali, as pitonisas entravam em fendas na Terra para trazer respostas. Curioso pensarmos que, já naquela época, para encontrar respostas, buscava-se o ventre materno. É por isso que para mim, a autoconsciência, conhecer a si mesmo, deve acontecer por um olhar sistêmico, que traz conexão e senso de continuidade, onde podemos nos entender como reflexo de nossas atitudes e também de histórias do passado. O presente de hoje foi construído no passado e hoje estamos construindo o amanhã. Esse olhar rege nosso Zeitgeist, o espírito do nosso tempo, e se denomina Alma da Consciência.
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