Quando sugerimos rever a educação de nossas crianças, nos deparamos com uma situação que, no íntimo, preferíamos não encarar. A sugestão de rever algo significa que ele pode não ter dado certo e precisa ser modificado.
Infelizmente, muitos não têm boas lembranças da própria educação. E aí mora o problema, ao admitir a necessidade de rever a forma como educamos as crianças, acabamos aceitando, mesmo que apenas internamente, que fomos “mal educados”.
E as dúvidas pairam no ar. Será que é realmente necessário rever a educação e dos filhos ou podemos nos ocupar de coisas “mais úteis”? Afinal, muitos de nós tiveram “êxito” na vida e até se tornaram pessoas extraordinárias, independentemente das más lembranças da educação, não é mesmo? Ainda, nosso planeta está em constante evolução, estamos conquistando cada vez mais espaço, antes inimagináveis, queremos construir foguetes e explorar regiões além das terrenas. Isso não seria fruto das mentes e da educação recebida?
Não há dúvida de que nos últimos séculos houve uma grande evolução nas ciências e isso tem enorme significado para a humanidade. Afinal, tudo o que vivemos hoje é resultado de descobertas e invenções científicas. Mas a evolucão da consciência precisa caminhar na mesma velocidade. A ciência levou o homem ao conhecimento de sua natureza exterior, conquistamos tudo no âmbito material, mas ao mesmo tempo, isso o distanciou de sua essência, que é espiritual.
A ciência fez bom uso da razão, pois nos possibilitou entender e conhecer muito além do óbvio. Tudo isso tem um valor inegável, mas quando falamos em ensinar alguém, é preciso cuidar para não nos atermos apenas ao lógico, material e concreto É preciso que consideremos o intangível, o não visível. Para acessar esse tipo de conhecimento, também precisaremos desenvolver um outro tipo de inteligência, que não passa pela racionalidade, que pdoe ser chamada de Inteligência espiritual.
Podemos prever muito do desenvolvimento partindo das ciências naturais, mas que tipo de ser humano estará inserido neste contexto? Compreender o ser humano apenas estatisticamente tem um lado positivo, mas quando falamos em educação, precisamos cuidar para que a essência humana não se perca do caminho e ela inclui esferas materiais e esferas espirituais.
Realmente, precisamos de uma nova compreensão do mundo, de uma nova visão sobre a educação dos seres humanos que estão nascendo, cada vez mais inteligentes e conectados, e não precisamos dos números para isso. Devemos basear esse entendimento a partir do que a própria criança nos oferece. E aí que a Antroposofia nasce, como uma necessidade cultural.
Ao contrário do que muitos imaginam, a Antroposofia não nega o conhecimento científico, pois reconhece plenamente as conquistas das ciências naturais. No entanto, ela inclui o olhar para o estado de alma e penetrar na essência espiritual do ser.
Referência:
STEINER, Rudolf. A prática pedagogia – Ed. Antroposófica.
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