Soul Camila

2. Educação e Autoeducação

Tempo de leitura: 4 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

2. Educação e Autoeducação
Eu leio para você…

Somente quando as crianças tiverem sua infância respeitada e vivida em um ambiente amoroso, teremos, de fato, uma transformação da humanidade. Isso acontece quando respeitamos e aguardamos cada etapa do desenvolvimento da criança, quando criamos o ambiente adequado, com exemplos dignos de imitação, quando damos o tempo para que ela se desenvolva plenamente e, principalmente, quando a criança é cuidada com interesse e verdadeira presença do adulto. Esse processo só acontece por meio da real presença e autoeducação dos pais.

Meu impulso nasce da vontade de compartilhar minha própria prática nesse exercício de disciplina constante, vontade e humildade, em que acordo diariamente, pronta para me surpreender e aprender com aquilo que as crianças trazem. Assim, o que posso oferecer talvez não sejam as respostas, mas posso provocar inquietações e muitas perguntas para que você queira seguir seu próprio caminho. Porque somente a vontade, vinda do verdadeiro querer, desenvolve nossa autoeducação. É dessa forma que podemos ser exemplo, e uma verdadeira inspiração, para que a criança, confiada aos nossos cuidados, possa educar-se em si mesma. A criança imita e precisa de adultos que a inspirem, nos quais ela confie e que suscitem nela o desejo de crescer e se tornar cada vez mais humana. Somos seu ideal de ser humano, portanto, somos seu modelo perfeito, mesmo carregando imperfeições. A melhor maneira de inspirar seres espirituais é cuidando dos nossos gestos humanos, seja conosco, com eles, com as pessoas ao nosso redor, no trabalho, nas nossas atividades e com a natureza. 

Por que a autoeducação?

A criança é a oportunidade de se maravilhar todos os dias com o mistério da vida. Onde, sempre, um mais um eram dois, agora podemos ter três ou até mais. Gerar uma vida nos confronta com a lógica racional que aprendemos desde pequenos e, talvez, essa mesma racionalidade seja nosso maior empecilho para viver a maternidade e paternidade de forma plena.

Como pais, estamos sempre em busca de mais informações sobre como melhor educar nossos filhos, mas isso nos coloca em uma armadilha: acumular tanta informação e deixarmos de atuar a partir dos próprios instintos que a natureza nos deu. E é isso que torna, muitas vezes, a parentalidade um fardo pesado. O convite aqui é oposto, esvaziar-nos de ideias, conceitos, pré-conceitos, crenças e permitir-nos encarar a parentalidade com encantamento e criatividade.

Quando entendemos que a relação parental começa muito antes da relação com os nossos filhos, ganhamos consciência do caráter transgeracional da educação e temos oportunidade de não repetir alguns padrões. Afinal, antes de sermos pais, todos nós somos filhos de alguém e foi essa relação primordial que determinou, em grande parte, a nossa própria maneira de educar hoje. A Parentalidade Essencial quer ser esse espaço para cuidar de relações entre qualquer pai e seu filho ou qualquer filho e seus próprios pais. 

Assim como uma semente que, apesar de possuir toda a potencialidade, só se torna árvore frondosa se for nutrida pelo solo, água e luz em quantidades adequadas, a criança precisa de nutrição parental, onde, a cada etapa de seu desenvolvimento será exigida atitude diferente por parte de quem educa. O desenvolvimento físico, emocional e espiritual humano se dá em setênios, período de 7 anos, e são necessários três setênios para a formação completa de um ser humano, para que este esteja em posse de seu eu. E enquanto este ser desperta lentamente, os pais serão o farol da sua consciência.

Para me ajudar nesse caminho, idealizei a Parentalidade Essencial um modelo de educação de adultos que olha a educação por meio de duas lentes: uma que observa o desenvolvimento da criança sob seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos e espirituais, e outra que apoia os pais em seu autodesenvolvimento integral através do resgate de suas biografias. Para esse desafio, Inteligência Emocional e Inteligência Espiritual servem como fios condutores para nos guiar, primeiramente, para nossa própria autoeducação e, a partir dela, exercer uma educação sanadora, fortalecedora e autêntica.  

Comente, queremos ouvir você.

Acreditamos que a troca é fundamental para evolução da nossa consciência.

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