A realidade global da nossa existência consiste em uma realidade material e uma espiritual. Precisamos obter um pensamento integrado. Unir ciência e espiritualidade em uma visão unificada é um dos meus objetivos. Por isso, não descarto a visão científica, uma vez que ela me dá um solo seguro. No entanto, procuro não me perder, apelando apenas ao pensamento lógico, linear e concreto cartesiano, legado de Renée Descartes (1586-1650), cuja máxima regeu o pensamento de nossa época: “Cogito ergo sum” – “Penso, logo existo”, colocando o pensamento como motivo da existência. Mas será preciso acrescentar formas menos concretas para tentar compreender a abrangência do ser humano e do nosso Universo.
Até mesmo a ciência está fazendo esse caminho e retomando sabedorias milenares. Minha proposta de espiritualidade em nossos tempos é lançar um novo olhar para a vida, uma nova maneira de vivenciar todas as experiências que ela nos apresenta. Corpo, alma e espírito vivenciados de maneira integrada em cada área da nossa roda da vida, incluindo autocuidado, relações humanas, planeta e todo o cosmo . Penso que toda a experiência vivida traz algo essencial para ser apreendido por nós, e que o verdadeiro conhecimento está nessa sutileza.
Pegando carona com Goethe (Johann Wolfgang von Goethe/1749-1832) para entender os fenômenos da vida e do desenvolvimento humano, nunca devemos deixar de observar as coisas dentro de seu contexto. É preciso considerar a individualidade de cada ser e a dimensão humana. Porque cada ser humano carrega sua porção espiritual e emocional, junto de seu corpo e de sua mente. Aprender a integrar as esferas e dar sentido às experiências da vida é o que chamo viver com espiritualidade em nosso tempo. Minha ideia é adentrar na natureza científica da espiritualidade e colocá-la como parte dos processos de desenvolvimento, e o autoconhecimento será a porta de entrada para isso.
Confio na força do olhar que enxerga além daquilo que os órgãos dos sentidos podem observar e que é capaz de transformar o objeto observado. A partir dessa premissa, podemos estabelecer um novo tipo de relação com as experiências humanas, porque elas passam a ser, também, experiências espirituais. Acredito que o mundo espiritual não é para ser alcançado, e sim para ser vivido.
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