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5. As emoções da criança moldam seu cérebro

Tempo de leitura: 3 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

5. As emoções da criança moldam seu cérebro
Eu leio para você…

Por Camila Cassia Capel

#Parentalidade

Do ponto de vista emocional, a criança nasce como um computador novo no qual os dados passam a ser inseridos a partir do 6º mês de gestação. As emoções e vivências da mãe neste período servem para alimentar o “banco de dados”, como são as chamadas memórias implícitas. Mas, mesmo antes deste período, o bebê está armazenando informações desde a concepção, que fazem parte da memória celular

O nascimento marca o início da captação de memórias através dos próprios órgãos sensoriais. A luz da sala de parto, o toque da roupa na pele sensível… Todos estes estímulos, captados pelos órgãos dos sentidos, são chamados de “emoções”. Na verdade, trata-se de impulsos elétricos que correm pelos neurônios e chegam ao cérebro. Nesta fase da vida, estes impulsos chegam sem qualquer codificação e são entendidos apenas como emoções de prazer, desprazer ou neutras

Estas informações geram as chamadas memórias implícitas, que serão usadas ao longo da vida como banco de dados para interpretação de tudo o que um indivíduo experiencia na vida adulta. Chamaremos este banco de dados de Matrix. É nesse local inconsciente que o cérebro acessa essas memórias.

Uma das funções da Matrix é enviar impulsos elétricos para que todo o organismo funcione. É a partir desses impulsos que nosso corpo recebe a energia para manter funções vitais, tais como batimentos cardíacos, circulação, digestão e, principalmente, as funções comandadas pelos Sistema Nervoso Autônomo (SNA), Sistema Simpático e Parassimpático. 

Por exemplo, se ocorrer uma falha no impulso, o coração não recebe o estímulo do cérebro e para de bater. Este sistema é formado na gestação, e ao longo dos primeiros anos de vida, por impulsos primordiais recebidos do ambiente e das emoções geradas na criança. Nesta fase, são formadas estruturas matrizes para o funcionamento do cérebro, e consequentemente, do corpo para o resto da vida. 

Essas emoções, leia-se “impulsos elétricos”, não sofrem a codificação no primeiro setênio. Para o cérebro, pouco importa o tipo de estímulo, sua busca é apenas por aqueles sinais capazes de manter as funções vitais. Isso significa que mesmo emoções, como o medo, servem como impulso elétrico. E o ser humano buscará ao longo da vida emoções que reabasteça o sistema para que a “máquina” não pare até o último suspiro. 

Nesta linha de raciocínio, chegamos ao ponto central: o ser humano busca os mesmos estímulos durante toda sua existência como uma questão de manutenção da vida. É justamente aqui que encontramos a base para os atuais estudos sobre o funcionamento da mente humana, lançando luz sobre as questões comportamentais sob outros pontos de vista.

No papel de pais e educadores, nos confrontamos com o tamanho da nossa responsabilidade frente à vida destes pequenos seres que temos em nossas mãos. Não estaremos com estas crianças daqui a dez, vinte, trinta anos, nem mesmo os pais estarão com seus filhos até o resto da vida, mas deixamos uma marca eterna em cada criança que passa por nós através das experiências que lhes proporcionamos.

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