Soul Camila

9. Meditação e Mindfulness and Compassion

Tempo de leitura: 3 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

9. Meditação e Mindfulness and Compassion
Eu leio para você…

Cresci numa casa com uma mãe professora de Yoga, meditando e levando uma filosofia de vida diferente do que via em outras casas. Nunca tive curiosidade de entender este seu universo, sempre tão “zen”, no meio de incensos e com posturas esquisitas. Apenas mais tarde a meditação entrou como um hábito de vida pessoal. Mais tarde ganhei o privilégio de receber os ensinamentos de Dr. Jou Eel Jia e, assim, tornar-me facilitadora de Meditação Ch’an e Lien Chi. Ali aprendi sobre todas as alterações na fisiologia e, consequentemente, na saúde física e mental do praticante. Principalmente, ganhei ferramentas de autoconhecimento e desenvolvimento profundo da espiritualidade, caminho no qual, serei eternamente aprendiz.

Concebida pelo Buda Shakyamuni na Índia e levada à China no século VI d.C. pelo monge Bodhidharma, a essência da meditação Ch’an baseia-se na atentividade e concentração com objetivo de alcançarmos a sabedoria que reside em nossa essência e passarmos a agir sob sua influência, libertando-nos da ignorância e do sofrimento. Para isso, devemos treinar através dos princípios: meditação, moralidade e sabedoria. Contemplar a respiração em perfeita paz denomina-se meditação. Cessar o mal denomina-se moralidade. Sobrepujar o mal para compreender a verdade denomina-se sabedoria. O mal, para os budistas, é representado pela raiva, ganância e ignorância ou a combinação deles. Buda ensinou que o cultivo da moralidade nos liberta de imperfeições como a ganância e a raiva; a meditação conduz à paz; e a sabedoria permite que o aprendizado se converta em benefícios.

Mais tarde, fui aprender sobre Mindfulness and Compassion com os embasamentos científicos usados em Harvard LifeStyle Medicine. Também utilizo o olhar fenomenológico como forma de meditação e trago elementos das Constelações Sistêmicas. Estas são algumas ferramentas que me ajudam a conduzir exercícios meditativos e a convidar aqueles que ainda não estão familiarizados com este universo, sendo uma porta de entrada para o caminho da disciplina, exigido na prática da meditação.

Por ironia, formei -me professora de Hatha e Vinyasa Yoga, mergulhei de cabeça nessa filosofia milenar, buscando fortalecer meu corpo para as práticas de meditação mais profundas. Também procuro ser mais “zen” a cada dia; agora, são minhas filhas que riem de mim em posturas esquisitas… acho que compreendo melhor o que minha mãe, de fato, fazia. Entendi que meditar não é uma técnica, é uma filosofia de vida e um caminho para a libertação.

Mas se alguém me perguntar como fazer para começar a meditar, usaria as palavras da minha mãe no dia em que eu pedi que ela me ensinasse. Vinha adiando a pergunta por um bom tempo porque esperava uma longa aula, com conceitos e elevadas lições espirituais. E lá estávamos nós, na cozinha, entre o fogão e a pia, pensei que depois da pergunta sentaríamos em zafus (aquela almofada de meditação) num clima calmo para ela me explicar toda a teoria. Foi quando ela, no seu jeito Gra de ser, disse:

“Não faça nada! Apenas sente e contemple todos os pensamentos, sentimentos e emoções que vierem; responda a todos RESPIRANDO. Pronto! Você já estará meditando.” 

E me ofereceu uma xícara de café.


O caminho meditativo é como a subida em uma montanha, uma jornada individual e de solitude, mas posso te oferecer uma xícara de café e ajudá-lo a chegar à base. A partir dali você se torna o responsável pela sua escalada.

Comente, queremos ouvir você.

Acreditamos que a troca é fundamental para evolução da nossa consciência.

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