Saiba como o nosso corpo vital é construído ao longo da nossa infância e como podemos construir melhores noções de espaço e força.
A neurociência mostra que as conexões cerebrais formadas a todo instante na infância, geram impulsos elétricos para que o seu sistema neurossensorial se desenvolva. Através dos estímulos captados pelos órgãos dos sentidos, o Sistema Nervoso Central (SNC), regula o organismo. As forças empenhadas na sedimentação das conexões do Sistema Nervoso Central necessitam que as crianças exercitem sua criatividade e fantasia, por meio do movimento, da criação, da natureza e do brincar livre.
No primeiro setênio, as forças das crianças estão concentradas na construção do que chamamos corpo vital, que está associado às funções vitais do corpo. O sentido vital é aquele que nos conecta com o funcionamento, ou seja, com a fisiologia de todo corpo; graça a desse sistema podemos perceber a sensação de bem estar em nosso corpo, a oposição disso pode ser claramente notada quando estamos doentes e sentimos um enorme mal-estar. O sentido vital é alcançado através do ritmo da criança no dia a dia, através dos cuidados do adulto como, por exemplo, de manter fraldas secas, roupas macias, local de dormir adequado e espaço de brincar arejado. Estas coisas, que parecem banais, na verdade nos conectam com nosso corpo através da noção de bem e mal-estar. A criança quando se sente bem em si mesma, ganha vitalidade e, naturalemnte, tem vontade de estar em movimento.
A criança pequena precisa agir, construir noções de lateralidade, espaço e força. Por meio do movimento, ela interage com o mundo, percebe seus limites. O movimento modifica o fluxo sanguíneo e respiratório, irrigando todo corpo ‒ na Antroposofia, é comum dizer que as crianças saudáveis têm suas bochechas rosadas. Podemos facilmente comparar isso, observando as faces das crianças expostas às telas dos eletrônicos, onde olheiras e tez pálida são notáveis. Em geral, os eletrônicos apresentam significados prontos e, do ponto de vista antroposófico, drenam forças construtivas do corpo. O primeiro setênio é um momento da vida em que as forças precisam estar voltadas à ação, e o uso desse tipo de dispositivo promove a concentração no intelecto. Pensar gasta energia ‒ aqueles que na pandemia passaram o dia estudando ou trabalhando em home office, puderam experimentar em seus corpos a exaustão que isso lhes causou. Os eletrônicos drenam a vitalidade do corpo, ali, as crianças não acrescentam nada de si, ficam como que hipnotizadas, apenas captando informações, tornam-se radares humanos.
Proporcionar às crianças de primeiro setênio o brincar livre, por meio do qual possam fantasiar, criar, explorar a natureza as prepara para que, no segundo setênio, estejam fisiológica e emocionalmente prontas para se alfabetizarem e avançarem em seu caminho de desenvolvimento.
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