Ao inspirar, trazemos o cosmo para dentro de nós; ao expirar, lançamo-nos nele. Assim, nesse ritmo, estamos constantemente colhendo o mundo e devolvendo algo nosso em troca. É, principalmente, por meio das relações humanas que colhemos o material para este precioso ensaio. Por meio das relações humanas, trazemos vida, animamos este corpo. Anima, alma; o Hun, para Medicina Tradicional Chinesa; sistema límbico para a neurociência; corpo astral ou corpo anímico para Antroposofia; Manomaya, Vijñanamaya na filosofia Advaita Vedanta; corpo mental, supramental, na Física Quântica… não importa a nomenclatura. A todo instante, captamos o mundo e transformamos em algo individual dentro de nós. Hoje a neurociência, com todo o mapeamento das estruturas cerebrais, consegue nos fazer chegar mais perto desse algo intangível, mas que atua de maneira decisiva em nossas vidas, nossas emoções. É exatamente a capacidade de sentir e dar significado a elas e criar representações mentais que nos torna seres humanos.
Se quisermos nos conhecer verdadeiramente, teremos que visitar nossos porões, viajar para dentro de nós, desarmar esses circuitos antigos e colocar novas informações, autoconhecer-se. E essa viagem começa partindo do mundo externo, por meio da nossa presença nas relações, na convivência com o outro e sentindo nosso corpo físico; por meio das sensações, somos transportados para esse universo interior. Sentindo alegria e tristeza, medo e coragem, segurança e rejeição, solidão e acolhimento, angústia e paz, sentimos a vida em nós. Só depois de senti-la verdadeiramente e contemplar tudo que ela contém, poderemos nos despedir das experiências de sofrimento e tomar uma decisão: escolher a felicidade. Essa escolha exige auto-observação, cultivo da interioridade, silenciar os ruídos da mente, abrir espaços vazios e conectar-se apenas ao essencial.
“Dentro de mim há um Deus,
há um mundo ao meu redor.
Quando Deus fala comigo,
se estou ouvindo o outro,
Ao meu Deus, ouço melhor.”
Rudolf Steiner
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