Quando os pais aprendem a se conhecer melhor, conseguem observar aquilo que os fortalece e aquilo que os enfraquece. Ficam mais atentos ao bem-estar e cada vez mais donos de si, sendo capazes de, antes de chegar ao limite, perceber caminhos que os elevam e outros que consomem sua vitalidade.
É importante ter consciência dos fatos que nos chegam, ao invés de apenas sermos levados por circunstâncias. Isso acontece quando aprendemos a elaborar nossas vivências, buscar significados e dar sentido ao que acontece, como propõe o caminho da resiliência. Escrever é uma forma de significar fatos. É uma forma de validar nossos anseios, angústias, desejos e, assim, conseguirmos distinguir o que é essencial e o que é secundário em nossas vidas. Ao escrever, ganhamos consciência e podemos ter uma atitude amorosa para conosco, ao acolhermos nossas dores exercitamos a autocompaixão. Desta forma, saímos do vórtice emocional e avaliamos a mesma situação sob diversos pontos de vista.
Seja qual for a maneira que escolher para se autoconhecer, isto envolve lapidar a prática da contemplação. A contemplação ocorre, justamente, quando juntamos todas as informações pertinentes e, com elas claras, conscientes, somos capazes de fazer um julgamento saudável da situação e uma avaliação de perdas e ganhos. É como fazer uma balança emocional, na qual colocamos aquilo que nos alimenta emocionalmente, incluindo situações e pensamentos que contribuíram para nosso bem ou mal estar. Nessa análise sobre si mesmo, vai ficando cada vez mais claro aquilo que nos tira vitalidade, o ânimo, daquilo que nos leva para baixo. É um termômetro que nos baliza interiormente.
A tomada de consciência do que nos eleva e nos preenche e aquilo que nos tira vitalidade, formam um inventário, um mapa da dinâmica sob a qual nossa vida está correndo. Conhecendo-o, podemos ganhar chance de escolhas mais adequadas para a condução de nossas vidas. Com o tempo e o hábito desta prática, vamos conhecendo nosso território interno. Logo, podemos saber o que tem o poder de nos trazer vitalidade e aquilo que nos drena nossa energia, sejam pessoas, situações, pensamentos ou até atitudes nossas. E ainda que não possamos mudar uma situação, como quando envolve terceiros, temos a possibilidade de olhar as coisas sob outras lentes e, magicamente, o mundo fica menos claustrofóbico. É uma oportunidade de reconhecimento de nossa parte na criação do estado em que nos encontramos.
No exercício diário da parentalidade somos levados facilmente aos lugares que nos tiram forças, mas tomar as rédeas através da consciência e autoeducação nos torna mais confiantes e presentes. Lidar com os filhos e desafios que eles trazem a todo momento pode se tornar uma linda jornada em que pais e filhos juntos aprendem a descobrir como crescer.
#parentalidade #antroposofia #alma #autoconhecimento
Comente, queremos ouvir você.
Acreditamos que a troca é fundamental para evolução da nossa consciência.
O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *