A morte é um outro jeito de existir e nosso medo do “nunca mais” vem da maneira com que este tema foi tratado desde nossa infância. Muitas culturas têm uma visão completamente diferente dela, suas crenças não falam em separação e sim na união com nossa porção espiritual.
Quando os pais lidam com a morte, não há outra maneira de fazê-lo, senão revisitando suas crenças. Ali, dor pode virar saudade, alívio, em se tratando de pessoas que morrem após uma doença, por exemplo; dor pode virar força ou até raiva, revolta, incompreensão, dúvida da própria fé.
Quando perdemos alguém, todas as crenças acerca da morte vêm à tona. Ao mesmo tempo, ganhamos a oportunidade de olhar para tudo aquilo em que acreditamos e ressignificar histórias, avaliar como seguimos nossa própria vida até aquele momento. E como pais, sentimos, junto a isso, a responsabilidade diante de nossa conduta; somos relembrados do nosso papel de primeiros guias, para conduzir os filhos em um caminho que eles seguirão sozinhos uma vida inteira. Como pais, ganhamos a maravilhosa chance de escrever novas histórias, através dos filhos.
Que relações cultivei com quem partiu durante minha vida? Independentemente de nossa consciência, todos que partiram continuam a existir em nós de alguma forma; por meio das coisas que aprendemos, das crenças passadas de pai para filho, nas frases repetidas na família por gerações, na religião, nos valores e de nosso próprio DNA, que há gerações vem sendo transmitido, mantendo-nos com determinadas características e até fisionomias parecidas. Ter a consciência da continuidade nos faz estabelecer um outro tipo de relação com quem partiu, e nós nos sentimos parte de algo maior, de algo que transcende a existência física. De certa forma, eles continuam vivos através de nós. Relembrar os momentos bons juntos, exaltar qualidades, reconhecer características positivas deles, as quais sentimos carregar em nós também. Tudo isso traz um sentido de continuidade e de pertencimento. Honrar nossos familiares nada mais é do que reconhecer seu papel na família, dar um lugar de respeito em nosso coração, por sua história, suas dores e lutas. Especialmente, quando falamos de avós, estamos falando de nossos próprios pais. A gratidão pela vida que nos ofereceram e por um dia nos ter tomado nos braços e nos conduzido no caminho em que hoje estamos é a homenagem mais genuína que podemos oferecer. Ela não precisa ser dita, mas sentida, verdadeiramente, em nossos corações. Emprestando e adaptando de Saint-Exupéry: nossos filhos perceberão o essencial, que é invisível aos olhos.
Este é um pouquinho das minhas escritas para meu livro “Vamos falar sobre a vida? Desconstruindo tudo que você aprendeu sobre morte. Para ter acesso a mais textos e a experiência completa que proponho aos leitores, por meio de práticas meditativas e reflexivas para ressignificar o tema da morte, acesse a obra completa. Para ter acesso a obra completa, clique aqui!
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