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Ho’Oponopono- Um novo olhar para a cura

Tempo de leitura: 10 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

Ho’Oponopono- Um novo olhar para a cura

 sinto muito

 por favor

 me perdoe

 sou grato

eu te amo

O Ho’oponopono é um dom profundo que nos permite desenvolver um relacionamento funcional com a Divindade interior e aprender a pedir que, a cada momento, os nossos erros de pensamentos, palavra, feitos ou ações sejam purificados. O processo diz respeito essencialmente à liberdade, à completa liberdade em relação ao passado, segundo Kahula Lapa’au Mornah Nalamaku Simeona, mestre principal de Ho’oponopono, criadora do Ho’oponopono da Identidade própria, nomeada um Tesouro vivo do Estado do HavaI em 1983 pela Hongwanji Mission of Honolulu e pelo Legislativo do Estado do Havaí.

Joe Vitale revela aos leitores do livro “Limite Zero” como evoluiu de menino sem lar a um profissional de negócios bem-sucedido através do Ho’oponopono, o antigo sistema havaiano de cura. Em parceria com o terapeuta e Ph Ihaleaka Hew Len, eles atualizam o antigo método havaiano, mostrando que, ao lançar mão das frases fundamentais do Ho’oponopono Ao desarmarmos tais programas mentais, purificamos pensamentos

 e ações negativas, deixando a mente livre para que a lei da atração possa conspirar ao nosso favor nas mais diversas áreas da nossa vida.

O Ho’oponopono, processo de arrependimento e perdão e ficou conhecido quando um psicólogo ajudou a curar toda uma ala de criminosos que sofriam de doenças mentais, sem jamais atender profissionalmente nenhum deles. Apenas a partir da prática da oração de cura, seu trabalho desativou toda uma ala do hospital. Os profissionais que atuam com a Identidade própria por meio do Ho’oponopono entendem que 100% dos problemas dos seus clientes estão relacionados com o próprio terapeuta. Isso modifica completamente o ponto de vista da maioria das abordagens terapêuticas.  Esta prática tem o efeito de transmutar os pensamentos incorretos dentro de si primeiro e depois dentro do cliente em pensamentos de amor.

No ambiente terapêutico, à medida que os pensamentos incorretos são substituídos por pensamentos amorosos no terapeuta, na sua família, parentes e antepassados, eles também são substituídos no cliente, família, parentes e antepassados dele. Neste processo há o acesso à fonte de amor inesgotável, que também pode ser chamado de sabedoria cósmica, inteligência divina, Universo, Deus.  Essa fonte amor é capaz de transformar tudo e está disponível para todos, basta que a acessemos. No primeiro momento, o processo neutraliza as emoções envolvidas; seja medo, ressentimento, magoa ou ódio. O amor libera as energias neutralizadas dos pensamentos, deixando um estado de vazio onde o próprio amor pode preenche-lo. O resultado é que o terapeuta se renova e com isso,  cliente e pessoas envolvidas no processo também o são.

O Ho’oponopono conta com uma oração mais extensa e o resumo nas palavras chave “Sinto muito, por favor, me perdoe, sou grato, eu te amo”.  O sentido de se dizer, inicialmente,  “Sinto muito” – “Por favor” – “me perdoe”, seria o reconhecimento de que alguma coisa (mesmo que você não saiba exatamente do que se trata) entrou no seu sistema, corpo ou mente. Você não precisa saber o que é para que seja curado. “Sinto muito” significa dizer à sabedoria cósmica que você deseja o perdão dentro de si mesmo para o que quer que tenha trazido tal situação para perto de você, tornando-se um fato consciente. Você não está pedindo que esta sabedoria o perdoe, você está pedindo  ela que o ajude a perdoar a si mesmo, no sentido de estar em ressonância com tal fato, por isso o atraiu. Em seguida,“Obrigado” ou “sou grato”, expressando gratidão, demonstrando confiança de que a questão será resolvida para o bem maior de todos envolvidos e “Eu te amo” transmuta a energia estagnada em fluente, ela o religa a sabedoria nata. Como o estado zero é de amor puro e possui limite zero, você começa a alcançar tal estado expressando amor.

Conheci o Ho’oponopono graças a uma terapeuta em meados de 2009, achei a técnica fantástica e mesmo sem entender muito, comecei entoando sempre que algo tinha o poder de me irritar (nesta época, quase tudo tinha este poder). Repetia como um mantra, “sinto muito, por favor, me perdoe, sou grato, eu te amo”, seguindo os ensinamentos de que poderíamos repetir as palavras, mesmo sem senti-las de verdade. Aquilo, de fato, era curioso; mesmo repetindo de maneira forçada, algo parecia se modificar, não na pessoa para a qual me dirigia, mas em mim! À medida que fui ganhando mais consciência de mim, percebi que ninguém tinha o poder de me fazer mal sem que aquilo, na verdade, já fizesse parte de mim mesma. Neste momento, entendi, também, que não temos o poder de mudar ninguém e que a única mudança na minha realidade depende de uma mudança em mim.

Mas ainda não tinha curiosidade de saber porque o  Ho’oponopono funcionava. Foi quando  a obra “O limite Zero” caiu em minha mão, foi como se tudo fizesse sentido. Era óbvio! Se nossa mente é que cria a realidade que vivemos no mundo físico, então faz todo sentido que as palavras-chave do Ho’oponopono sejam dirigidas para nós mesmos e não para quem nos faz algo porque esse alguém está fora de mim.  Mesmo assim, ainda restava mais uma dúvida. Por que mesmo antes de eu saber a inteligência atrás da oração, ela funcionava? 

O Ho’oponopono exige a plena participação de cada um dos quatro membros da identidade própria: a Inteligência Divina, a Mente Superconsciente, a Mente Consciente e a Mente Subconsciente; todos aspectos trabalhando em conjunto como uma unidade. Cada membro possui a sua parte e função única na resolução de problemas de memórias que são reencenadas na mente subconsciente. A mente superconsciente é desprovida de memória, não é afetada pelas memórias que se repetem na mente subconsciente. Ela é sempre uma só com a sabedoria Divina. A mente superconsciente acompanha o movimento desta inteligência Divina. A identidade própria opera por meio da inspiração e da memória. Somente uma delas, ou a memória ou a inspiração, pode estar no comando da mente subconsciente em qualquer momento considerado. A alma da identidade própria só serve a um mestre de cada vez, em geral, à memória.  O vazio é o denominador comum, o  alicerce indestrutível e intemporal de todo o cosmo, ficar nesse estado é a maneira de chegarmos nesta inteligência.

Entendendo o funcionamento da mente

Segundo a experiência de Joe Vitale, os problemas podem ser resolvidos sem que tenhamos ideia de que estejam acontecendo. Resolver os problemas é tarefa humana e parte do propósito da nossa existência. O intelecto, a mente consciente, acredita que é ela que resolve os problemas e controla o que acontece ou o que experimenta. No livro The Useres Illusion: Cutting Consciousness Down to Size, o jornalista científico Tor Norretranders cita pesquisas do professor Benjamin Libet, da Universidade da Califórnia em São Francisco, que mostram que as decisões são tomadas antes que a consciência as tome e que o intelecto não está consciente deste fato, acreditando que é ele que decide. Tor Norrtranders cita uma pesquisa que demonstra que o intelecto só tem consciência de 15 a 20 informações por segundo, entre milhões que estão reagindo debaixo de suas percepções. Na verdade, as memórias que se repetem determinam o que a mente subconsciente experimenta. A experiência da mente subconsciente é indireta: ela imita as memórias que estão sendo reencenadas. Ela, na verdade, comporta-se, vê, sente e decide como as memórias a determinam. A mente consciente também opera, sem que ela o perceba, por meio de repetições de memórias. O corpo e mundo residem na mente subconsciente como criação de memórias reencenadas, raramente como inspirações.  Na resolução de problemas, é importante perceber que o corpo e o mundo não são em si os problemas, mas sim os efeitos, as consequências, de memórias que se repetem na mente subconsciente. O vazio é a base da identidade própria da mente, do cosmo, nível que o Ho’oponopono opera.

Os cientistas sabem é que o cosmo foi gerado a partir do nada, e retornará para o nada,  de onde ele veio. O universo começa e termina com zero, segundo Charles Seife, Zero-The Biography of a Dangerous Idea. No caso da nossa mente, as memórias que se repetem tomam o lugar vazio da Identidade própria, impossibilitando a manifestação das inspirações. Para remediar essa remoção, para restabelecer a identidade própria, a Inteligência Divina precisa transformar as memórias no vazio por meio da transmutação. A existência é um dom da Inteligência Divina. E o dom é concedido com o único propósito de restabelecer a identidade própria por intermédio da resolução de problemas.

A intenção é um brinquedo da mente; a inspiração é uma diretiva as sabedoria divina. A intenção está tentando controlar a vida baseada na vida limitada do ego, das nossas próprias memórias e da mente consciente e subconsciente; a inspiração está recebendo uma mensagem da sabedoria nata e em seguida agindo em função dela. A intenção atua e produz resultados; a inspiração atua e produz milagres. Com qual você fica?

O problema de tentar resolver as coisas somente com a mente

Não é difícil dizer “Eu te amo” para a parte divina em nós mesmos. Então, em vez de querer resolver as coisas, terapeutizar para entender tudo o que sentimos – que pode ser útil, mas pode levar anos – por que não escolher esta ferramenta de cura poderosa para qualquer mal físico ou mental? As terapia e os próprios processos de autoconhecimento são ferramentas excelentes,  mas eles nos fazem correr o risco, ficarmos apenas no plano mental. O problema disso é que tentamos solucionar um problema através da mesma fonte na qual ele foi gerado, na consciência e subconsciência, onde apenas as repetições das memórias acontecem. Segundo as palavras  atribuídas a Einstein: “Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo grau de consciência que o gerou”.

E é por isso que o plano mental pode gerar a estagnação como resultado. Quando mudamos nosso mindset para resolução e não entendimento, podemos chegar à cura. Ao experienciar algo que você verdadeiramente queira mudar em sua vida, seja uma ferida emocional ou até física, repita “ Sinto muito – eu te amo- me perdoe – sou grato”,  sem julgar se aquilo que é bom, ruim. Este é um estado de aceitação plena daquilo que se apresenta em nossa vida, seja na forma de problema, dor, sofrimento ou personificado na figura de outra pessoa. Mesmo sem estar consciente do porquê, repita as frases buscando corrigir dentro de você os padrões que o levam a ter este tipo de experiência. Os resultados da resolução nem sempre são instantâneos, mas há uma sensação de paz pouco tempo depois. Não percebemos porque, normalmente, assim que ficamos bem, os problemas desaparecem da mente. Assim, mesmo quando a sabedoria opera, não tomamos consciência.

Para mim também é difícil dizer “eu te amo” quando quero dizer “eu quero te esganar”. Mesmo assim, insisto na repetição. No final das contas, o estado de paz será benéfico para ambos os lados, porque o campo eletromagnético que emanamos neste estado, atinge nosso entorno. Esse é o efeito do Ho’oponopono, ele atua seja lá qual for nosaa intenção, seja para o outro, seja para nós mesmos. As palavras podem atuar mesmo quando repetimos sem sentir, porque elas alçam o nível subconsciente pelo nosso consciente e, depois, a mente superconsciente; e esta acessa a Inteligência Divina para a transmutação.

Podemos levar tempo para assimilar este novo olhar sobre a vida, mas podemos, também, “despertar” a qualquer momento. Satori, um vislumbre de iluminação, uma amostra do Sabedoria, esta é a experiência que todos candidatos à iluminação almejam, mas você também  pode sentir a plenitude quando olha o rosto do seu filho ou sente o vento soprar em seu rosto; não importa como. Despertar não se trata de um dom, e sim, de um  estado de abertura onde todas as coisas parecem falar conosco. E “Eu te amo –Sinto muito – me perdoe – sou grato” é onde tudo começa e tudo termina.

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