Começo o artigo com o termo descrito no livro que leva o mesmo nome, O Capital Espiritual das Empresas, de Daniel Burkhard – suíço erradicado no Brasil e fundador da empresa Adigo Consultores – e Jair Moggi, brasileiro, também da Adigo. A obra se inicia definindo o Capital Espiritual como todos os fenômenos humanos-visíveis e invisíveis, quantitativos e qualitativos – que impactam os recursos, os processos de produção e gestão, as pessoas individualmente e em grupos, a biografia e os valores de uma organização e as consequências das ações empresariais nos níveis interno e externo. Estes seriam fenômenos responsáveis pelo nascimento, crescimento, desenvolvimento e transcendência no tempo das organizações que farão diferença para as pessoas, os grupos e comunidades, o próprio planeta hoje e mais ainda no futuro final.
Fiz questão de trazer esse nome, que num primeiro momento parece tão distante do mundo dos negócios, para iniciar minhas escritas neste espaço de trocas e compartilhamentos porque a visão que rege nossa época parece nos levar ao materialismo como única forma de se viver e perceber um movimento como esse dentro do universo corporativo e na linguagem que lhe é própria. Causa-me maravilhamento e abre espaços para tratar de temas profundos e tão humanos em lugares onde antes não se cabia falar de coisas que residem além do mundo material.
Mas, para trazer essa abordagem espiritual das organizações, primeiro, é preciso trazer a visão espiritual do ser humano, afinal, uma empresa, em essência, é a manifestação de uma ideia, de uma iniciativa ou de uma vontade individual ou coletiva que surgiu no mundo material para atender às necessidades dos seus fundadores. Antes desse surgimento no plano material, algo existiu no plano imaterial, no campo das ideias e, principalmente, dos ideais. Este fenômeno está inserido no processo de desenvolvimento da consciência do ser humano como individualidade e da própria humanidade como entidade coletiva.
E qual a relação com negócios? Essa estratégia – e gestão – é mais criativa e possui um longo alcance, com um espaço nobre no desafio das lideranças do nosso tempo. Hoje, as empresas são instituições humanas que detém o mais alto poder de influência no planeta nos seus níveis físicos, ambientais e econômicos-sociais. Burkhard e Moggi foram inteligentes ao desvendar as profundas relações existentes entre pessoas e empresas a que estão ligadas, e toda a conexão envolto nas interdependências e consequências dessas relações tanto no contexto de crescimento e desenvolvimento da empresa quanto individual, para então, surgir o conceito de Capital Espiritual da Organização.
No próximo artigo, trarei um resumo extraído da obra Espírito Transformador, dos mesmos autores, com uma visão dos quatro níveis ou camadas constituintes do ser humano: Corpo Físico; Corpo Vital; Corpo Astral (ou anímico); Eu. Vamos analisar como esses níveis se relacionam às empresas e uma visão da constituição do homem e da empresa para enxergar a empresa como uma hierarquia complexa de sistemas visíveis e invisíveis. E, assim, deixar claro quando falamos no termo espiritual dentro de uma empresa.
Até lá,
Camila Capel
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