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O papel da antroposofia na educação
Quando sugerimos rever a educação de nossas crianças nos deparamos com uma situação que, no íntimo, preferíamos não encarar. A sugestão de rever algo significa que ele pode não ter dado certo e precisa ser modificado.
Infelizmente, muitos não têm boas lembranças da própria educação. E aí mora o problema. Ao admitir a necessidade de rever a forma como educamos as crianças, acabamos aceitando, mesmo que internamente, que fomos “mal educados”.
E as dúvidas pairam no ar. Será que é realmente necessário rever a educação e o ensino dos filhos ou podemos nos ocupar de coisas mais úteis? Muitos de nós tiveram “êxito” na vida e até se tornaram pessoas extraordinárias, independentemente das más lembranças da educação.
Nos últimos séculos, houve uma grande evolução nas ciências e isso tem enorme significado para a humanidade. Afinal, tudo o que vivemos hoje é resultado de descobertas e invenções científicas. Embora não possamos descartar a ciência, ela levou o homem ao conhecimento de sua natureza exterior mas também o distanciou um pouco de sua essência humana.
A ciência fez bom uso da razão, pois nos possibilitou entender e conhecer muitos fatos. Tudo isso tem um valor inegável, mas quando falamos em aprender a ensinar e educar, é preciso cuidar para não nos atermos apenas ao logicamente correto e considerarmos o uso de uma inteligência que não passa pela racionalidade.
Podemos prever muito do desenvolvimento partindo das ciências naturais, mas que tipo de ser humano estará inserido neste contexto? Compreender o ser humano apenas estatisticamente tem um lado positivo, mas quando falamos em educação precisamos cuidar para que a essência humana não se perca do caminho.
Realmente, precisamos de uma nova compreensão da essência do mundo e da educação do ser humano e não precisamos dos números para isso. Devemos basear esse entendimento a partir do que a própria criança nos oferece. E aí que a Antroposofia nasce, como uma necessidade cultural.
Ao contrário do que muitos imaginam, a Antroposofia não nega o conhecimento científico, pois reconhece plenamente as conquistas das ciências naturais. No entanto, ela busca incluir o olhar para o estado de alma e penetrar na essência espiritual do ser.
Referência:
STEINER, Rudolf. A prática pedagogia – Ed. Antroposófica.