Soul Camila

Sobre Camila Capel

Tempo de leitura: 4 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

Sobre Camila Capel
Eu leio para você…

“Extrair o essencial e inspirar um estilo de vida com real presença.

Pensar e agir em coerência com o sentir, utilizando a meditação e as relações humanas como recursos de auto-desenvolvimento. ”

Desde criança queria saber para onde iriamos depois da morte e onde acabaria nosso Universo. E quando chegasse lá, como seria? Eu queria entender antes de morrer e acho que foi assim que comecei minha busca sobre o que é este algo maior.

Que força é essa, capaz de fazer com que as plantas cresçam, a água brote do solo, de provocar terremotos, tsunamis, ventos solares que proporcionam uma dança luminosa verde no céu? Que inteligência é esta que guia os pássaros em seu voo perfeito e que faz nascer um novo ser, a partir do encontro de duas almas?

Nesta busca, contei com mestres, diante dos quais me curvo em reverência; minha mãe, ensinando-me sobre as coisas do céu; meu pai, sobre as coisas da Terra e ambos, dando-me a liberdade para escolher como transitar entre esses dois mundos. O que hoje sou, devo tudo ao que me deram, mas, principalmente pelo que não puderam me dar, isso me tornou mais forte.

A maternidade tornou minha busca mais intensa, sua impermanência me obriga a desapegar de expectativas e de tudo que julgo saber. Diariamente, sou chamada a me auto educar e iluminar sombras, as quais nem sabia possuir. No desafio da parentalidade, descubro meu pior e aprendo a transformá-lo no meu melhor. Certamente, depois de ganhar a chance da vida através meus pais, este foi o segundo maior presente, que surgiu do encontro com meu companheiro de quase metade da minha vida. Esta jornada é um caminho iniciático que me leva de encontro ao essencial.

O pensar trouxe significados profundos para o meu sentir, mas apenas o agir trouxe o verdadeiro propósito. E minha ação no mundo começa colocando minhas ideias para além do meu pequeno universo. Para isso, escolhi a escrita, minha paixão desde o dia em que descobri que as palavras eram capazes de tocar em algum lugar profundo as pessoas, e que elas fluíam facilmente através de mim quando estava diante de um papel e com uma intenção no coração. Assim, comecei escrevendo cartinhas para amigas, diários de adolescente, depois sobre a maternidade, sobre meu dia a dia, tentando encontrar sentido na vida.

Quando escrevo, sigo apenas o insight , e a partir dele não sou mais eu quem escreve, minhas mãos simplesmente se tornam extensão do meu sentir e se colocam a serviço de sua expressão. De vez em quando releio o que faço, mas normalmente quero modificar, então percebo que minhas mãos já não escrevem mais a partir do coração e sim, a partir da mente, e esta, às vezes “mente”. Por isso, ultimamente estou preferindo não reler, descobri que aquela que escreveu já não está mais lá quando termino, ela é apenas uma das muitas Camilas que existem no vasto Universo em mim. Pouco importa de onde ela surgiu e para onde ela vai… quem escreve sou eu vivendo e sentindo a vida, simplesmente expressando aquela que quer se mostrar naquele instante e que está sempre se metamorfoseando.

Portanto, cada escrita é como uma arte acabada. Chega um ponto onde não cabem mais retoques, podemos simplesmente amar, quando nos toca e odiar, quando nos toca ainda mais. Escrevo não com a mente, mas com meu coração, é assim que consigo expressar o que vive em minha alma. Esta sou eu, expressando minha arte para quem souber apreciar e também para quem a odiar.

Obviamente, nunca me sentirei totalmente pronta e não saberei todas as verdades, mas posso falar daquelas que vivem em mim. Afinal, é apenas no verbo, na ação, na nossa expressão no mundo, que movimentamos o Universo e podemos aprender ainda mais sobre ele. Por isso, coloquei-me pra valer na vida e este espaço será minha “página em branco” onde me experimentarei em muitas versões de mim mesma. Acho que finalmente entendi que precisava morrer antes de morrer para, então, começar a viver.

Quem se sente tocado pela vida e enxerga beleza também nas mortes, faz parte dessa minha pesquisa sobre a qualidade que nos torna humanos.

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