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Reforma Íntima: um caminho meditativo na Semana Santa por meio das qualidades planetárias

Tempo de leitura: 19 min

Uma escrita, muitas formas de consumi-la.

Reforma Íntima: um caminho meditativo na Semana Santa por meio das qualidades planetárias
Desenho de cachorroDescrição gerada automaticamente
  1. Domingo de Ramos – Dia do antigo Sol – Centro, Eu, Humanização
  1. Segunda-feira Santa – Dia da Lua – Repetição, Revitalização, Reflexo
  1. Terça-feira Santa – Dia de Marte – Luta, Autenticidade, Coragem
  1. Quarta-feira Santa – Dia de Mercúrio – Fluidez, Devoção, Cura.
  1. Quinta-feira Santa – Dia de Júpiter – Sabedoria, Grandeza.
  1. Sexta-feira Santa – Dia de Vênus – Paixão, Amor Universal
  1. Sábado de aleluia – Dia de Saturno – Profundidade, Consciência, Tempo

Do ponto de vista da sabedoria antiga, a semana como unidade de tempo está relacionada à tradição religiosa – no Gênesis, o mundo foi criado em sete dias. Os dias da semana recebem os nomes dos sete planetas, arquétipos (modelos) que regem a ordem do universo, sendo que das esferas dos Sete Planetas emanam forças espirituais que impulsionam o desenvolvimento humano. A Semana Santa começa no domingo de Ramos e vai até o Sábado de Aleluia. O Domingo de Páscoa (do hebraico, Pessach = passagem) é o Domingo da Ressurreição – o primeiro dia da passagem para o Novo Sol que será a Terra vivificada pelo Eu do Cristo.

Depois da escravidão no Egito, o povo hebreu faz a travessia do Mar Vermelho. Para os judeus, é a celebração da liberdade, relembrando todos os desafios das etapas deste percurso. Para os cristãos, a Páscoa marca a vitória da vida sobre a morte, a passagem da escuridão para a luz. Mas como isso se relaciona com nossa vida? 

Este período nos fala de uma passagem: “Passar”. Do latim – passare, abrir caminho, afastar-se.

Nesta semana, podemos percorrer interiormente o caminho da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, vivenciando em nossa alma um processo meditativo. Uma boa semana para o que chamo de Reforma Íntima em busca do desenvolvimento espiritual. Por meio da sua determinação interior, muitos se propõem a jejuns e promessas nessa fase, reforçando que este é um período tradicionalmente marcado por provações. Ainda temos nossos desafios diários: sustento, segurança, problemas de saúde e, o maior deles: as relações humanas. Parece que estamos vivendo a passagem, um limiar de tempos, de mindsets. Os paradigmas que antes nos serviam, não respondem mais às nossas inquietações e precisamos trazer luz para a escuridão. Eu diria: é preciso abrir o caminho

Inspirada no texto de Edna Andrade/Rudolf Steiner/Emil Bock, preparei uma caminhada de interiorização para aqueles que estão firmes em sua Reforma Íntima, onde, através do caminho de Cristo e das qualidades planetárias, vamos adentrar as sutilezas humanas. 

 A Semana Santa nos oferece a mais bela e terapêutica imagem para o desenvolvimento humano, sobre a qual podemos refletir e na qual encontramos relações com a nossa própria vida. Os acontecimentos da Semana Santa compõem uma via sacra, através da qual trilhamos verdades existenciais, cujo conhecimento, se não for considerado de forma dogmática, pode ser um oásis no deserto espiritual que constantemente vivenciamos, quando o nosso pensar se torna, unilateralmente, racional e materialista.

A cosmovisão antiga descreve o universo por meio de imagens e símbolos, numa linguagem analógica que, por ser poética, toca mais profundamente a nossa alma. Ela nos proporciona a vivência de estarmos integrados a uma ordem cósmica que não contradiz a visão racional que temos do universo, mas contribui, fecundando a nossa lógica.

Mia Couto escreve “…escolher o futuro como tema é enfrentar um universo de conflitos e de ambiguidades… somos viajantes do tempo”. Para fazermos a travessia, teremos que encarar conflitos, com os outros, com nós mesmos… ousar sair das convenções, do que esperam de nós, enfrentar nossos medos, entrar na casa sombria… prontos para morrer… mas, também, totalmente abertos para descobrir novos jeitos de viver. Mia fala também: “… quem fala de tempo, fala da espera e da sua irmã gêmea, a esperança.”

Que possamos celebrar a morte e a vida que esta época nos convida, como quem aprecia uma linda paisagem de outono, com suas folhas secas atapetando o chão; elas perderam seu verde e vibram em tons avermelhados, assemelhando-se mais à terra, na qual elas, agora, integram-se, tornando-se parte dela. E é da terra que brota a força vital para a natureza nascer mais forte na primavera. Para este processo, podemos utilizar a força planetária que rege cada dia desta semana e nos conectarmos com os princípios que impulsionam o desenvolvimento humano.

Quando temos coragem de vivenciar este outono dentro de nós, vivemos o renascimento e acendemos uma luz que pode ser emprestada para quem ainda vive nas sombras à nossa volta. Portanto, que nesses tempos escuros, possamos acender, a partir da nossa força individual, a luz dentro de nós. (Ref: Edna Andrade/Rudolf Steiner/Emil Bock).

Desenho de personagemDescrição gerada automaticamente com confiança baixa

Domingo de Ramos – Dia do antigo Sol – Centro, Eu, Humanização

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

O Sol fala de harmonia, equilíbrio entre interno e externo. Ele traz alegria sem superficialidade e serenidade sem peso.

Neste dia, faça um 360 em sua vida percorrendo as 8 áreas da Roda da Vida ou imprima e  torne o exercício mais potente, pintando cada área de acordo com seu grau de satisfação em cada campo. Isso dará um panorama bastante visual  do seu momento atual. Clique aqui para fazer o download do material

No primeiro dia da Semana Santa, Jesus Cristo entra na cidade santa de Jerusalém, montado em um burrinho branco. Com brados de “Hosana”, o povo o saúda com ramos de palmeiras. A força solar que emana do Eu do Cristo reascende no povo a antiga clarividência, vivenciada nos rituais das festividades em homenagem ao sol. A palmeira sempre fora considerada o símbolo do sol natural.

O Cristo atravessa em silêncio a vibração popular, sem se contagiar. Internamente, sabe que aquele entusiasmo logo passará. Não tem consistência interna. É o entusiasmo natural que logo se transfere para outra novidade, para outro acontecimento externo. Ele sabe o que ele próprio representa e a que veio. Quer penetrar na camada mais consciente da alma humana. O seu brilho é um brilho próprio que emana da própria essência de seu ser espiritual. O seu estado de alma é autoconsciente e acolhedor. Permanecerá.

Entrar em Jerusalém montado no burrinho, tinha para Cristo, o sentido de deixar clara a transição: da antiga exaltação visionária inconsciente, desencadeada pelos elementos externos da natureza, para a atitude receptiva – fruto da presença de espírito, do Sol interior na alma individual e vigorosa.

Segunda-feira Santa – Dia da Lua – Repetição, Revitalização, Reflexo

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

A Lua fala do mundo interior e sobre refletir o ambiente. Lua fala da memória, de refletir algo mas sem colocar de si mesmo, revelando caráter passivo humano. Ela atua em processos de ritmo e sono.

Neste dia reflita sobre como está seu ritmo de vigília e sono: 

  • Você possui horários para dormir, acordar, alimentar-se? 
  • Divide seu dia de forma que alterna momentos de atividade e de passividade? Dosando trabalho e lazer?

Betfagé, a casa dos figos, era uma aldeia cercada por figueiras consideradas sagradas pelos seus moradores. Fora de lá que Cristo, no domingo de Ramos, mandara Pedro e João trazer o burrinho, também considerado um animal sagrado. Ali cultivava-se a antiga forma de clarividência, ou seja, praticava-se “o sentar-se sob a figueira”, bem como uma série de exercícios físicos e meditativos que os isolava do mundo e das pessoas, e através dos quais, se atingia um estado inconsciente de religação com o mundo espiritual.

Na manhã de segunda-feira, ao retomar de Betânia a Jerusalém com seus discípulos, Cristo se aproxima da figueira e pronuncia a sentença: “Para todo o sempre, ninguém mais comerá destes figos”. Isto significava que, no dia seguinte, a árvore estaria seca. Com a condenação da figueira, Cristo cessa o antigo dom lunar das visões de êxtase. A antiga forma de clarividência ligada às forças da natureza era relativa à noite porque só era vivenciada pelo homem em estado inconsciente.

Chegando mais tarde ao Templo que fervilha de atividades comerciais, Cristo expulsa os vendedores. Devolve ao Templo sua condição de lugar sagrado, e, aos peregrinos que chegam de todos os lados para as cerimônias de Páscoa, devolve a consciência de que estão na casa de Deus.

É fundamental que o ser humano trilhe o caminho da autoconsciência clara e explícita que, embora possa ser um processo doloroso, o levará à liberdade individual. A partir do evento do Cristo, a capacidade da autoconsciência terá  que ser conquistada. Essa possibilidade, a de sermos conscientes de nós mesmos, exigiu em troca a antiga clarividência que o homem antigo possuía. Retornará o tempo, no futuro, em que todos os homens serão clarividentes, mas, agora, como um fato consciente. Isso se dará por meio da autoconsciência.

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Coragem Terça-feira Santa – Dia de Marte – Luta, Autenticidade, Coragem  

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

Marte fala de coragem, força, objetividade. Traz a mudança a partir da disciplina  e meta.

Neste dia, reflita sobre sua atuação no mundo, no trabalho, nas suas metas e mesmo nos desafios.

  • Como você coloca suas decisões no mundo? De forma tranquila ou por meio de embates?
  • Independente de como age, como é seu grau de assertividade quanto ao êxito daquilo que se propõe a fazer?
  • Como reage quando as coisas não acontecem de acordo com sua vontade?
  • Você consegue perceber os frutos que colhe de seu trabalho? 

Esta reflexão trará uma visão mais ampla sobre sua coragem, capacidade de decisão e se está se colocando no mudo de forma autêntica.

Jesus volta a Jerusalém trazendo as oferendas do ritual que antecede a festa pascal. Sua força se intensifica. No Templo, enquanto o povo o ouvia, seus adversários o abordam com questões que são verdadeiras armadilhas, para fazê-lo cair em contradição. Cristo responde a cada uma das questões com parábolas, que caem como verdadeiros golpes de espada sobre os sacerdotes e escribas que, nelas, se reconhecem como protagonistas. A cada parábola, Cristo reafirma a natureza espiritual do seu Eu, assumindo seu lugar próprio e colocando os adversários no devido lugar. Sem temor, pergunta por pergunta, a identidade espiritual do Eu do Cristo, vai se revelando.

Ele mostra aos oponentes quem realmente é, e a que veio. É uma luta intensa, travada em palavras e em intenções. De um lado, a intenção dos questionadores por desconfiarem dele, em desmascará-lo. Do lado de Cristo, a intenção poderosa do seu Eu manifestando-se em toda a sua inteireza e culminando com o “Dai a César, o que é de César e a Deus, o que é de Deus.

No final do dia, reunido com os apóstolos no Monte das Oliveiras, Cristo lhes transmitiu as metas que prepararão a humanidade para a volta do Cristo, no futuro. Neste dia, Cristo mostra que a maior das lutas é a batalha travada no interior, entre o medo e a vontade de colocar o Eu no mundo. Nesta luta interna, conquistamos os dons de Marte: a autenticidade e a coragem para enfrentar as adversidades.

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Quarta-feira Santa – Dia de Mercúrio – Fluidez, Devoção, Cura

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

Este arquétipo fala sobre adaptabilidade, sobre fluir e flexibilidade. Mercúrio traz a habilidade de ir ao encontro de outro, abrir-se e múltiplos interesses.

Neste dia, reflita sobre seu grau de abertura para o novo, para descobertas e como está expressando sua criatividade. 

  • Como estão minhas relações sociais? Há disponibilidade para encontro com o outro?
  • No lado oposto, consigo estar somente comigo mesmo sem ansiedade, exercitando o verdadeiro JOMO (Joy of Missing out)? Feliz por estar “de fora” em alguns momentos?
  • Como poderia manifestar seu lado criativo?
  1. Ao entardecer daquele dia em Betânia, Jesus se reuniu com seu círculo mais íntimo à mesa de refeição, na casa de Simão. Aproxima-se do Cristo, Maria Madalena, e ungindo seus pés com um óleo precioso, os enxuga com seus próprios cabelos. O gesto de Madalena provoca uma reação de crítica nos presentes e desencadeia a revolta que se acumulava na alma inquieta de Judas. Argumentando contra o desperdício em detrimento dos pobres, Judas sai para se encontrar com os sumo – sacerdotes e concretizar a traição que o levará ao suicídio.
  1. É a segunda vez que Madalena unge os pés do Cristo. Na primeira unção, ele dissera aos presentes: “Calem-se. Ela muito amou e muito lhe será perdoado”. A segunda unção é recebida por ele como uma extrema unção. A postura do Cristo é de disponibilidade.
  1. Em relação a Judas, Cristo compreende que ele não possui em sua alma forças de interiorização e coesão para ordenar suas impressões exteriores. A agitação interna de Judas flui para o mundo, como revolta.
  1. Maria Madalena, entretanto, interiorizara as forças de amor que antes a arrastavam para o mundano. Estas forças interiores fluem então, para o mundo, como devoção. Ambos são tipos mercuriais sempre em contínua atividade externa, sempre mobilizando tudo ao seu redor. Marta, a irmã de Maria Madalena, é a terceira pessoa com qualidades mercuriais, também presente à ceia. Está sempre fazendo algo pelos outros, sempre na lida da casa. “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas. Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada.”. Lucas 10.41. Na quarta-feira santa, Cristo acolhe as forças mercuriais metamorfoseadas em paz interior, devoção e transformadas em capacidade de cura.
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Quinta-feira Santa – Dia de Júpiter – Sabedoria, Grandeza

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

Júpiter traz a capacidade de concretização por meio de planejamento e organização para um grupo. Traz clareza, visão ampla e ordem.

  • Como costumo ver os desafios e questões do dia a dia? Consigo ter clareza e abrangência das questões ou sinto limitação em enxergar além?
  • Quais são meus planos de vida? Penso a curto, médio ou longo prazo? Ou não costumo organizar além do presente?
  • Quando a situação me exige, tenho uma atuação que contribui para o todo? Espero reconhecimento sobre minha atuação? Como fico quando recebo? E quando não recebo?

Cai a noite de Pessach. Lá fora reina o silêncio; todos estão em casa reunidos para a ceia do cordeiro pascal. No convento da Ordem dos Esseus, no Monte Sion, lugar antigo e sagrado, reúnem-se Cristo e os Doze Apóstolos para também celebrarem o Pessach. Antes da ceia, Jesus realiza o ato de amor humilde, singelo e cheio de sabedoria, que para sempre irá tocar o coração dos cristãos: o Lava Pés. Cristo, sendo ele um ser espiritual, ajoelha-se e lava os pés de cada um dos seus discípulos, num gesto que é a síntese de todos os seus ensinamentos: “amai-vos uns aos outros”.

Segue-se a ceia do cordeiro, após a qual Cristo abre mão de si por algo que reconhece maior. Tomando pão e vinho, Cristo os oferece aos discípulos: “Tomai, pois este é meu corpo e este é meu sangue”. Doa-se nos frutos da terra, permeados com a força da sua sabedoria transformadora, para que se renove continuamente a antiga sabedoria e se revivificasse o que havia sido consumido da Terra e do Homem.

O antigo sacrifício do cordeiro era um ato externo: o sangue fresco dos animais puros tinha, no passado, a força de induzir a alma humana a se ligar ao mundo espiritual, porém, em estado de êxtase. Com este ato sacramental, Cristo cessa a reminiscência do sacrifício do cordeiro, intensificando o esforço volitivo da alma humana que quer acolher em si o Eu espiritual. Cristo se torna ele próprio, o Cordeiro. Ele traz a interiorização do Eu na alma humana, até o nível do sacrifício, da entrega, da aceitação do destino. “Eis o Cordeiro de Deus, que assume os pecados do mundo.” O conteúdo desta noite compõe um sacramento de quatro partes que revivifica, no homem religioso, a cada ato, a comunhão com o espiritual, no íntimo do seu ser.

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Sexta-feira Santa – Dia de Vênus – Paixão, Amor Universal

Trabalho  de Autodesenvolvimento: 

Vênus traz a escuta limpa, compaixão, acolhimento, empatia e gosto pelo belo e pelo conjunto harmonioso.

  • Qual é a tônica que rege suas relações interpessoais? Interessa-se pelo outro ou sente que vive mais focado em si mesmo?
  • Como é sua vida sentimental? Mais voltada a doação e sacrifício ou necessita mais receber?
  • Como cuida da sua casa e do seu ambiente físico? 

Na madrugada de quinta para sexta-feira, Cristo, ao ser identificado pelo beijo traiçoeiro de Judas quando orava no Getsêmani, é arrastado e preso. Ironizado, flagelado, coroado com espinhos, carrega sua cruz sobre as costas e é crucificado na colina de Gólgota. Tendo se tornado suficientemente firme na sua alma, por possuir algo imensamente sagrado, suporta todos os sofrimentos e dores que lhe são impostos. 

Com a força de sua alma elevada, carrega seu próprio corpo em direção à morte; une-se à morte, para legar aos seres humanos a mensagem de que a morte não extingue a vida. A imagem do Cristo carregando a sua própria cruz, em direção à morte é o grande símbolo de que além do umbral da morte física, começa uma nova vida.

O Livro dos Mortos, o livro sagrado do Egito, continha preces, instruções para, após a morte, o homem encontrar seu caminho de volta para o mundo espiritual, para o Pai. Há cinco mil anos, nos rituais de religação com o mundo espiritual, os iniciados eram induzidos num sono de morte. A morte era irmã do sono. O Eu, naquela época, não tinha penetrado ainda profundamente no corpo humano e a imortalidade, a visão de um mundo espiritual após a escuridão da morte, era vivenciada. Os sepulcros eram, ao mesmo tempo, altares e as almas dos mortos eram mediadoras entre a Terra e o mundo espiritual. À medida que a Terra se tornou mais densa em sua matéria física e o homem desenvolveu sua autoconsciência, a morte tornou-se o grande medo da humanidade. 

Cristo resgata para o ser humano a sua herança espiritual.

No Cristo torna-se vida, a morte.

Desenho preto e brancoDescrição gerada automaticamente com confiança baixa

Sábado de Aleluia – Dia de Saturno – Profundidade, Consciência, Tempo

Trabalho de Autodesenvolvimento: 

Saturno vai no âmago das coisas, com poder de trazer o espiritual para o mundo material. A perseverança, fidelidade aos princípios, disposição e solitude, são características que ajudam a chegar à essência das coisas.

  • Se pudesse percorrer rapidamente sua biografia de vida, sente que está indo em direção a algum lugar?
  • Na sua trajetória, tem a sensação de sempre estar rodeado de pessoas ou um caminhar mais solitário? Como se sente em relação a isso?
  • Como você se sente sobre as metas que se propõe a realizar? Vai fundo nelas ou costuma desistir?

O Cristo desce ao reino dos mortos, pleno da luz solar de sua consciência. A Terra recebe o corpo e o sangue do Cristo. No local, entre Gólgota e o Sepulcro, existira outrora uma fenda primária na superfície terrestre. Esse abismo, que fora aterrado por Salomão, era considerado pelos antigos como a porta do inferno. Os terremotos da sexta-feira reabrem esta fenda e a terra inteira se torna então o túmulo do Cristo.

O espírito de Cristo penetra na Terra criando nela um novo centro luminoso. “Temos à volta da Terra uma espécie de reflexo da luz do Cristo. O que é aqui refletido como Luz do Cristo, é o que o Cristo denomina, Espírito Santo. Tão verdadeiramente como a Terra inicia a sua evolução para o Sol através do evento de Gólgota também é verdade que a partir deste acontecimento a Terra começa a criar a sua volta um anel espiritual que mais tarde se tornará uma espécie de planeta ao seu redor. Estamos diante do ponto de partida de um Novo Sol em formação”, Rudolf Steiner.

Poema

Ente nascido do cosmos

Oh, vulto luminoso!

Fortalecido pelo Sol no poder da Lua.

Tu és doado pelo ressoar criador de Marte

E a vibração de Mercúrio que move os membros.

Ilumina-te a sabedoria radiante de Júpiter

E a beleza de Vênus, portadora do amor.

E a interioridade espiritual de Saturno antiga dos mundos

Te consagre à existência espacial

e ao desenvolvimento temporal.                                                                  

                                                       Rudolf Steiner 

Domingo de Páscoa –  A Caça ao ovos

Qual a simbologia por trás dos elementos que, de forma comercial, nos relacionamos na época de Páscoa?

Os coelhos, animais mansos e fecundos, possuem um instinto de se tornar presa para um predador, quando o bando está em perigo, ele se coloca em sacrifício para que o outro possa fugir. Portanto, mais do que aquele que leva ovos de chocolate na Páscoa, temos no coelho a representação do ato do sacrifício para que a vida possa continuar, e não seria esta uma boa imagem para falar de Jesus e sua morte na cruz?

Falando em ovo, com sua casca pertencente ao reino mineral, portanto, sem vida, morto, guarda a vida dentro de si. A vida que transcende e traz uma nova forma de existência. Na Páscoa, eles são o grande tesouro, a ser encontrado na famosa caça aos ovos, na manhã pascal, onde as crianças, curiosas e eufóricas, procuram algo escondido com alegria e esperança de encontrar uma surpresa que lhe fora deixada, magicamente, na noite anterior. 

Para nós, já longe da infância, a procura são as perguntas que nos despertam um dia para a magia da vida, quando, finalmente, desejamos saber quem somos nós, o que conquistamos nesta existência humana, o que ainda esperamos encontrar enquanto estamos vivos neste planeta. São as perguntas existenciais que não vêm marcadas pela angústia ou peso de termos perdido tempo, mas aquelas que despertam quando ganhamos a sensação de que somos mais que corpos e mente, quando ganhamos consciência do mundo espiritual que vivia, até então, adormecido para nós. Neste momento, somos a criança à procura de ovos, a vida nova, que pode ser doce, como o mais delicioso ovo da Páscoa.

Comente, queremos ouvir você.

Acreditamos que a troca é fundamental para evolução da nossa consciência.

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