“A vida só pode ser entendida se a contemplarmos em sua totalidade, sem separar apenas um curto período de tempo que decorre entre nascimento e a morte. Pois esse período depende, por sua vez, intimamente do que se passou na inatalidade, no mundo pré-natal, puramente espiritual. Como todo nosso ser, somos dependentes do que se passou anteriormente no mundo espiritual.”
Rudolf Steiner
A morte não é um fim, tampouco o nascimento, um começo. O cultivo da espiritualidade não é um preparo para uma vida após a morte e sim, a compreensão de que a vida terrena é apenas uma continuação de uma vida espiritual, uma vida que existe antes dos nossos vários nascimentos na Terra…
Assim, somos cidadãos de dois mundos ao mesmo tempo e podemos aproveitar a vida humana como parte de um processo de desenvolvimento e amadurecimento, que ocorre por meio de alegria e sofrimento, pela realização do nosso trabalho e, principalmente, por meio dos nossos encontros com outras pessoas. O espírito humano, que é eterno, está na Terra para coletar experiências e passar por processos de transformação que só podem ser realizados aqui. Todas as noites nos voltamos ao mundo espiritual, de lá colhemos as forças para nossa experiência diária, para nossos encontros e tarefas humanas. Esta compreensão nos aproxima e não mais nos distancia do nosso elemento espiritual que, aqui na Terra, apenas vive em uma forma humana em nós.
Como seres dotados de um pensar, a verdade deve partir de nossa própria experiência e não como algo vindo de fora, por meio de religiões, mestres ou dogmas; portanto, o desafio talvez seja o de encontrar um pensar espiritualizado. Este pensar só poderá surgir pelo nosso centro, que popularmente chamamos de coração. A polaridade da cabeça, nosso sistema neurossensorial, relacionado como o pensar; em oposição ao polo inferior, sistema metabólico- motor, relacionado com nossa ação, encontra no centro, sistema cardiorrespiratório, relacionado ao nosso sentir, a perfeita harmonia. Em outras palavras, devemos buscar um pensar baseado no sentir e, então, agir de forma espiritualizada. Nosso desafio, enquanto humanos, é usar o pensar como elemento pelo qual nos integramos espiritualmente à realidade.
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