O corpo, nosso instrumento físico que permite a vida na Terra, portanto, através dele podemos também alcançar a espiritualidade. As nomenclaturas corpo, alma e espírito dividem, racionalmente, o indivisível. Na verdade, somos tudo isso ao mesmo tempo. E é esta divisão que nos afasta do essencial.
Nosso corpo guarda memórias que são ativadas instantaneamente quando nos relacionamos com o mundo a partir dos órgãos sensoriais e sentimos alguma emoção. Antes que possamos elaborar um pensamento sobre algo que capturamos pelos órgãos dos sentidos, o corpo responde a estes estímulos em milésimos de segundos e o sistema nervoso autônomo reage infinitamente mais rápido do que nossa tomada de consciência, gerando estado de alerta, alterando secreções gástricas, batimentos cardíacos, ritmo respiratório, liberando neurotransmissores, hormônios e alterando nossa vitalidade.
Esta relação entre corpo e mente hoje é assunto de renomados centros de pesquisa no mundo, que entendem Body-Mind Medicine, medicina do Corpo e Mente, como uma possibilidade de cura para diversas doenças, em uma medicina mais integrativa. Existe um movimento amplo chamado Lifestyle Medicine, em Harvard, onde estuda-se o quanto um estilo de vida saudável, cultivado desde a infância, tem impacto sobre a vida futura de um indivíduo, promovendo saúde e longevidade. Alimentação, sono e meditação são alguns dos fatores que comprovadamente têm efeitos benéficos para o organismo.
Não sou médica, mas admiradora desta profissão, tanto que quase entrei neste universo, achando que a medicina me ajudaria a entender melhor a parte física da nossa totalidade, mas hoje entendo que minha medicina é a da alma, contribuindo com uma “cura” por meio de processos de autoconhecimento.
O alimento que ingerimos, o ar que respiramos e, principalmente, as emoções que colhemos das relações humanas impactam em nossas células, órgãos e, consequentemente, na manifestação, ou não, de doenças. O ser humano não é somente resultado da luta entre hereditariedade e ambiente, carregamos uma força vital, que pertence a nossa individualidade; e é ela quem determina o grau de superação diante destes dois aspectos. Isso nos abre uma grande margem de escolhas diante de nosso corpo. Saímos do papel passivo, daquele que apenas recebe informações e destinos, por vezes fatídicos, dos médicos, para corresponsáveis pela nossa saúde, podendo influenciar o próprio processo de cura. Segundo Luiza Lameirão, carregamos uma qualidade que nos torna humanos, a qualidade da intencionalidade, a capacidade de direcionar a própria vida com autonomia; isso porque vive em nós a centelha divina, que é capaz de sobrepor a todos estes fatores.
Nosso desafio, enquanto humanos, é acessar esta força pelo autoconhecimento. Aqui, as palavras atribuídas a Sócrates, escritas na entrada do Oráculo de Delfos, mostram-nos com clareza este caminho:
“Conhece-te a Ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum.”
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